ScB - Curiosidades Gaúchas - Ed 58
O Povo gaúcho é um povo que eu admiro. Assim como nós pernambucanos, são altamente patriotas. Digam o que quiserem, mas essas duas terras, por pior que esteja a situação, são defendidas com unhas e dentes por seus nativos. Eu, que corri por alguns estados brasileiros, pude ver que a bandeirinha pernambucana e a gaúcha estão sempre de adereço nos carros de migrantes destes dois estados. Dizem até que o Rio Grande do Sul se inspirou no arco íris da bandeira pernambucana para criar a sua bandeira.
Dizem que existem muitas piadas de gaúchos por aí, mas como jura até a morte o meu grande amigo Jaques: “Piada só existe uma, o resto tudo é verdade”. Mas o gaúcho é um povo muito curioso devido a sua diversidade no vocabulário. Já vi um dicionário de gauchês que realmente era muito grande. Um termo que eu gosto muito e uso, às vezes, óbvio que quando há alguém para entender, é o “Bagual”. – Bagual, perdi meus brincos! Bagual quer dizer, em idioma para nordestino entender, “Ô bicho bruto”. É alguém grosseiro por falta de instrução. Bagual tem como origem a denominação de um cavalo selvagem sem adestramento.
Tenho duas curiosidades para comentar com vocês sobre os gaúchos. Uma delas é a origem da fama do gaucho como ... digamos ... é ... como chamá-lo sem ser homofóbico? A Tia Dilma recolheu a cartilha antes deu ler. O gaucho tem a fama de ser um homem delicado, podemos dizer assim (viado, mesmo).
No Rio Grande (do Sul) existe uma cidade muito pitoresca. Conhecida por Pelotas. Assim como o povo gaúcho é chamado de viado pelo brasileiro, o pelotense é conhecido como viado pelo povo gaúcho. Toda a culpa dessa fama recai ao povo pelotense. Dizem, que no início do Século XX (1900 e guaraná de rolha) a cidade de Pelotas era uma cidade muito rica principalmente devido a grande produção de charque que era distribuído para todo o Brasil. Em 1906, Pelotas já possuía um banco, o Banco Pelotense, que impulsionou a economia da cidade. Bem, devido todo esse poder econômico os ricos e visionários pelotenses enviaram seus filhos para estudar no exterior, principalmente na França. Imaginaram a cena? Um monte de “Bagual” que nunca saiu da cidade, produtor de charque, vê um monte de rapazinhos alegres chegando de Paris, falando “merci beaucoup” (merci bocú) ou “bon jour” (bom jur) isso tudo fazendo biquinho. Daí deu no que deu. É tudo qüalhira (qüalhira = homosexual em maranhês).
Outra curiosidade é o termo que mais dá fama ao Gaúcho. Tchê. Eu não consigo chamar um gaúcho pelo nome, só o chamo por Tchê. Como disse um outro grande amigo e ex-chefe, o Eduardo Baunhardt, Tchê é o termo mais útil do gauches, pois assim o Tchê não precisa lembrar o nome de ninguém. Todo mundo atende por Tchê. É – Tchê vem cá; – Tchê tu vais hoje?; – Tchê coisa e tal. Alguns dizem que vem do latim, outros dizem que vem do espanhol. Porém, a equipe de pesquisa do Segunda com Bobagem encontrou uma resposta mais coerente a essa questão. Os povos nativos que habitaram a região sul do Chile e Argentina são conhecidos com Araucanos, em verdade o povo Mapuche. No idioma nativo do povo Mapuche, mapundugu, "Mapu" quer dizer terra e "Che" homem: Mapuche = homem da terra. Assim encontramos o termo "Tchê" (ou Che) dos sulistas e que alguns argentinos e uruguaios usam também. O termo quer dizer 'homem'. Seria um regionalismo do "cara" usado em todo o Brasil, talvez mais antigo.
Boa semana a todos!
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