Os
prefeitos gaúchos não assinarão os reajustes propostos pelo Instituto de
Previdência do Estado (IPE). A orientação foi estabelecida ontem (4) durante a
assembleia geral que a Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs)
promoveu na Expointer, em Esteio, com os presidentes das 27 associações de
prefeituras do Estado.
Segundo
o presidente da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), Ildo
Sallaberry, prefeito de Herval, coordenador da comissão de negociações entre
prefeituras e o IPE, o prazo estabelecido de 60 dias foi revogado e o Instituto
vem cobrando a renovação dos convênios para atendimentos de saúde com os
reajustes. Ele também adiantou que os prefeitos solicitaram a realização de uma
auditoria no órgão apontando os pontos deficitários que justifiquem o aumento
das alíquotas. “Entendemos que o IPE tem problemas sérios, mas não podemos
onerar os cofres públicos municipais para cobrir as dívidas”, sustentou.
Sallaberry também afirmou que as negociações terão continuidade e que não haverá
interrupção dos convênios durante este período.
Os
prefeitos também buscam pactuar um novo prazo com o Instituto, defendendo a
data de 31 de dezembro de 2014, para a vigência dos novos contratos. O objetivo
é dar tempo para as prefeituras analisarem os dados a serem encaminhados
através da auditoria solicitada e formularem seus orçamentos para 2015. Também
foi proposta a divulgação trimestral dos atendimentos prestados pelo IPE. “Com
essas informações podemos evitar problemas e descobrir se estão sendo feitas
cobranças por consultas que não foram realizadas”, alertou o prefeito de
Formigueiro, Gildo Bortolotto.
Conforme
relatório do Tribunal de Contas (TCE), há problemas de má gestão no cadastro de
consultas e exames do Instituto. Sem revelar a identidade da profissional e o
município de atuação, o documento do TCE mostrou que um único médico teria sido
capaz de realizar 17 consultas em apenas 40 minutos. Outro profissional teria
realizado 109 consultas em um só dia. Há ainda registros de beneficiários que
já morreram, mas seguem consultando.
Entenda
o caso
Em
março deste ano, o IPE determinou um elevado índice de reajuste no valor dos
planos de saúde das prefeituras. O Instituto aumentou de 13% para faixas de 15%
a 22% a alíquota dos servidores municipais. O valor da mensalidade dos planos
de saúde do IPE tem por base o salário do funcionário público, sendo que o
valor da alíquota corresponde à parcela cobrada desse vencimento. O aumento
ameaça a continuidade dos convênios médicos de mais de 1 milhão de
beneficiários gaúchos, pois as prefeituras não têm condições de arcar com esse
reajuste.
Fonte:/www.azonasul.org.br
Por:Paulinho da Mídia, o Javali do Herval.
Nenhum comentário:
Postar um comentário