Governo federal decidiu suspender verba para o programa, que concede até 90% de desconto em medicamentos.
Por:Julia Finamor
O governo federal decidiu suspender a verba para o programa de descontos Farmácia Popular - que chegavam a 90% - a partir do ano que vem. O fim do programa faz parte do projeto de cortes no orçamento do Ministério da Saúde para 2016.
A proposta, que está no Congresso, não prevê nenhum recurso para manter os descontos nas farmácias. Com isso, o preço de vários remédios pode aumentar consideravelmente. Medicamentos para tratar doenças como osteoporose, Mal de Parkinson, rinite e até fraldas geriátricas ficarão mais caros para quem utiliza o programa.
Para os pacientes que tomam remédio de uso contínuo, a situação deve ficar ainda mais complicada. Ricardo Rocha tem 41 anos e mora em Porto Alegre. Ele conta que consegue até R$ 45 de desconto nos medicamentos e lamenta: "Com certeza impacta (o corte), isso ajuda muita gente".
A aposentada Elisabeth Monteiro, de 72 anos, está preocupada. Ela e o marido tomam remédios, e o fim do programa vai prejudicar o orçamento da família.
"Eu achei que era boato. Meu orçamento não permite esse gasto", lamenta.
O Ministério da Saúde confirmou, em nota, que a proposta de orçamento para o ano que vem prevê um corte de R$ 578 milhões no programa, o que vai ter impacto direto na oferta de remédios com desconto - que deixarão de existir. A pasta também admite que isso deve sobrecarregar as redes municipais e estaduais de saúde.
O ministério, contudo, afirma que está trabalhando para tentar reverter essa situação e encontrar novas fontes para financiar o programa.
Conforme o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado, Thômaz Nunnenkamp, o impacto será grande. Ele avalia que pacientes deixarão de utilizar alguns remédios e, com isso, sobrecarregar o Sistema Único de Saúde (SUS).
"O desconto do governo federal, com o programa, vai impactar em maiores despesas em outros setores da pasta da saúde", assegura.
O programa do governo federal Saúde Não tem Preço - que disponibiliza remédios para hipertensão, diabetes e asma gratuitamente - será mantido. Além disso, as unidades próprias da Farmácia Popular, que são mantidas pelos municípios, não sofreram alterações.
No Rio Grande do Sul, são 29 locais. Em Porto Alegre, a farmácia fica localizada na Rua Ramiro Barcelos, número 2.500, no Centro.
O Ministério da Saúde diz ainda que trabalha para solucionar o problema e admite que a situação preocupa e traz riscos à manutenção do SUS.
As Farmácias Populares contam com 108 medicamentos.O programa envolve unidades próprias da Farmácia Popular e de parceiros através de um sistema de copagamento. E para que o usuário tenha acesso a eles, basta apresentar a receita médica. No Rio Grande do Sul, a rede própria do programa é composta por 29 unidades. No Brasil, até 2011 existiam 550. Pelo sistema de copagamento, que integra as farmácias credenciadas no programa, o Governo paga uma parte do valor dos medicamentos e a pessoa banca o restante. Para isso, basta o usuário ir a qualquer drogaria com a marca ”Aqui tem Farmácia Popular” apresentando a receita juntamente com o CPF e a Carteira de Identidade.
Postagem:Paulinho da Mídia, o Javali do Herval.