quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Arroio-grandense Marília Kosby está entre os vencedores do Prêmio Açorianos de Literatura em Porto Alegre

Fabio Duarte

Fonte: Rádio Difusora Arroio Grande

As mulheres roubaram a cena na tradicional Noite do Livro. O título A modernidade impressa - Artistas ilustradores da Livraria do Globo - Porto Alegre, da jornalista, crítica, professora e historiadora da arte Paula Ramos, foi o grande vencedor da 23ª edição do Prêmio Açorianos de Literatura Adulta e Infantil. Promovida pela Prefeitura da Capital, por meio da Secretaria da Cultura (SMC) e Coordenação do Livro e Literatura, a entrega dos troféus (escultura criada por Xico Stockinger) foi realizada em cerimônia na noite de segunda-feira (28), no Teatro Renascença, em Porto Alegre.
A publicação fruto de uma pesquisa de 15 anos, durante mestrado e doutorado de Paula Ramos, foi eleita como a melhor da categoria Especial e derrotou os outros concorrentes na maior distinção do evento: Livro do Ano. A autora ainda recebe um prêmio de R$ 10 mil. O projeto de A modernidade impressa, que incluiu ainda uma grande exposição no Margs, de junho a agosto, foi financiado por um edital da Petrobras de 2012.
Ao receber a distinção, a historiadora lembrou do momento difícil de se fazer cultura no Estado e no País, inclusive detalhando que o incentivo da estatal hoje não existe mais. Paula ainda reforçou o caráter coletivo da obra e se emocionou ao comparar o período áureo da então gaúcha Livraria do Globo na primeira década do século XX frente à produção artística atual.
Em 2016, ocorreu também a entrega do 7º Prêmio Açorianos de Criação Literária, neste ano no gênero Narrativa Longa, escolhendo um texto inédito para ser publicado pela Editora da Cidade (SMC/PMPA), além de uma premiação em dinheiro no mesmo valor da anterior.
A tônica da noite teve discursos políticos, valorizando a ascendência africana, a temática homossexual e mais críticas aos governos Sartori e Temer. Claudia Tajes, destaque em Crônica, clamou pela permanência das Fundações no Estado, fazendo uma referência ao Hino do Rio Grande do Sul: "Povo que não tem cultura acaba por ser escravo". Eliana Marques, vencedora em Poesia, agradeceu ao mestre Ronald Augusto e dedicou: "Este prêmio não é meu, é de todas as mulheres negras, de ontem, hoje e amanhã".
Outra menção que não poderia faltar é à jovem escritora Natalia Polesso, agraciada com o Açorianos de Conto. Seu título, Amora, ganhou um Jabuti recentemente como 1º lugar em Contos e Crônicas.
O professor de Literatura da Ufrgs Ruben Castiglioni, membro do Júri Final - que indica o Livro do Ano entre os vencedores das várias categorias literárias - justificou, ao final da cerimônia, a láurea para A modernidade impressa. Comentou a qualidade da pesquisa histórica, em uma publicação de padrão europeu, além de ser bem escrito, com uma linguagem gostosa de ler.

Lista completa dos vencedores em cada categoria:

- Ensaio de Literatura e Humanidades: Nós cultuamos todas as doçuras, de Marília Floor Kosby, Editora Escola de Poesia

- Capa: Carne Nua, de Mônica Montanari, capa de Ernani Millan Carraro, Editora Belas Letras

- Projeto Gráfico/Design: A menina e o monstro, de Martina Schreiner, Projeto Gráfico/Design de Martina Schreiner, Edição da Autora

-Infantil: Então quem é?, de Christina Dias, Ilustrações de Rafael Antón, Editora FTD 

- Infantojuvenil: Precisava de você, de Pedro Guerra, Editora Belas Letras

- Crônica: Partes Íntimas, de Claudia Tajes, Arquipélago Editorial 

- Conto: Amora, de Natalia Borges Polesso, Não Editora

- Poema: E se alguém o pano, de Eliane Marques, Editora Escola de Poesia

- Narrativa Longa: O ano em que vivi de literatura, de Paulo Scott, Editora Foz

- Especial: A modernidade impressa, de Paula Ramos, UFRGS Editora

- Finalistas do Prêmio Açorianos de Criação Literária (Narrativa Longa) 2016: O tríptico de Elisa, de Arthur Beltrão Telló

- Livro do Ano: A modernidade impressa, de Paula Ramos, UFRGS Editora

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