segunda-feira, 28 de maio de 2018

Preço da gasolina não está na pauta de reivindicações dos caminhoneiros

Greve dos caminhoneiros 2018
greve dos caminhoneiros chega ao oitavo dia nesta segunda-feira, dia 28, apesar de o presidente Michel Temer ter anunciado a adoção de cinco medidas importantes na noite de domingo. Dentre elas estão o aumento no desconto por litro de diesel (de 41 centavos para 46 centavos) e o congelamento do valor por 60 dias. Apesar disso, os caminhoneiros continuam mobilizados, com bloqueios em rodovias de 14 Estados e do Distrito Federal. Em São Paulo, o rodízio foi suspenso novamente, e as vans escolares realizam protestos em alguns pontos da capital paulista. As consequências da greve vão desde hospitais com falta de medicamentos; transplantes de órgãos não realizados; supermercados desabastecidos; postos de combustíveis sem etanol, gasolina e diesel; voos cancelados; entre outros.
O custo da redução do preço do diesel em R$ 0,46 por litro deve ficar em R$ 9,5 bilhões este ano. Marun afirmou ainda que não há "disponibilidade fiscal" por parte do governo para fixar mais reduções de preços de combustíveis.

Marun diz que conta com o "bom senso e patriotismo" dos donos de postos de combustíveis em relação ao esforço que está sendo feito pelo Governo e que espera ver a redução nos preços chegando ao consumidor final. "É um crime de lesa-pátria alguém usurpar para si o desconto que está sendo dado", afirmou.
Petrobras diz que diesel terá reajuste mensal após redução de preços por 60 dias
A Petrobras informou que manterá por 60 dias uma redução nos preços do óleo diesel rodoviário anunciada no domingo pelo governo federal e que, após esse prazo, os reajustes do combustível passarão a ser mensais, e não até diários como ditava antes a política da companhia.
Em comunicado, a petroleira ressaltou que “não subsidiará o preço do diesel e não incorrerá em prejuízo, uma vez que será ressarcida pela União, em modalidade ainda a ser definida”.
A redução nos preços já anunciada será de 46 centavos por litro, alcançada por meio de redução da carga tributária e da subvenção a ser paga pela União, segundo a companhia. As informações são da agência Reuters

Alguns grupos de WhatsApp passaram a circular notícias falsas de que os caminhoneiros em greve haviam pedido redução no preço da gasolina, o que tem  confundido a população. Os grevistas garantem que em nenhum momento mudanças no preço ou isenção de impostos sobre a gasolina entraram na pauta de negociação da categoria com o governo federal. Tanto é que entidades aprovaram as medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer na noite de domingo — e que sequer mencionavam a gasolina.


— A categoria tem uma pauta muito clara e específica que vem sendo cobrada nos últimos anos: a isenção do eixo suspenso nos pedágios de rodovias e a isenção de Cide e Pis/Cofins sobre o óleo diesel. Em nenhum momento a gasolina entrou nas negociações — afirma André Costa, presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul (Fecam-RS), que representa cerca de 90 mil motoristas no Estado. 
Costa avalia que o boato pode ter vindo à tona em razão da adesão de outras categorias à paralisação desde a quarta-feira da semana passada, como motoristas de aplicativos, motoboys e produtores rurais, além do apoio de uma parte da população ao movimento: 


— Outros setores da sociedade foram aderindo e criaram expectativas de incluir outras pautas nas reivindicações, como mudança na política de preços da Petrobras. Sabemos que a população tem seus anseios, mas em nenhum momento essas outras pautas foram acatadas por lideranças regionais e pela categoria.


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