Muitas das técnicas empregadas no manejo de javali são baseadas nas mesmas práticas utilizadas na suinocultura. O produtor deverá ter o bom senso de adaptá-las às características de sua propriedade, para prosperar no empreendimento
O consumo de carne de javali, animal silvestre, sempre terá o atrativo do exótico e, nos dias de hoje, com a preocupação voltada para a diminuição do consumo de colesterol e gordura, os moradores dos grandes centros urbanos têm mostrado grande interesse no consumo de uma carne saborosa e saudável, como a de javali.
No entanto, o javali, tanto em sua forma selvagem como os mestiços, originados do cruzamentos com os porcos domésticos, “javaporcos”, é considerado uma praga agrícola. Além da alta taxa de reprodução, estes animais devastam culturas agrícolas como milho e cana-de-açúcar. É comum o ataque dos javalis à filhotes de outros animais e aos ninhos de algumas aves, quando feitos no chão. Neste último caso, além de comerem os ovos, comem, também, os filhotes.
Esta espécie afeta também o equilíbrio das matas quando consome e pisoteia as raízes das plantas, dispersa os propágulos das plantas que se multiplicam vegetativamente e degrada o habitat de aves nativas pelo distúrbio que provoca na vegetação, além de influenciar na sucessão florestal. Sendo assim, o IBAMA, órgão responsável pelo meio ambiente, impôs restrições quanto ao seu manejo e, somente permite a criação em cativeiro do javali por meio de um maior controle possível para que se desenvolva a atividade de tal maneira, que impeça a sua fuga.
Esta espécie afeta também o equilíbrio das matas quando consome e pisoteia as raízes das plantas, dispersa os propágulos das plantas que se multiplicam vegetativamente e degrada o habitat de aves nativas pelo distúrbio que provoca na vegetação, além de influenciar na sucessão florestal. Sendo assim, o IBAMA, órgão responsável pelo meio ambiente, impôs restrições quanto ao seu manejo e, somente permite a criação em cativeiro do javali por meio de um maior controle possível para que se desenvolva a atividade de tal maneira, que impeça a sua fuga.
Para garantir o mercado de comercialização da carne do Javali, cabe aos produtores controlarem o seu cruzamento com o porco doméstico, já que na realidade, na carne do animal meio-sangue, as características do porco doméstico prevalecem mais facilmente.
Para os criadores, um maior controle do cruzamento do javali com o porco doméstico é importante porque:
a) garante a qualidade do produto;
b) protege o consumidor, que não será lesado por comprar “gato por lebre”;
c) garante a manutenção dos ganhos obtidos com a comercialização da carne de javalis que sempre vai ser um produto nobre, destinado a um mercado consumidor de maior poder aquisitivo, em virtude dos maiores custos de produção em relação ao porco doméstico ou do javaporco.
Muitas das técnicas empregadas no manejo de javali são baseadas nas mesmas práticas utilizadas e descritas em manuais de suinocultura com algumas adaptações. O produtor, por sua vez, deverá ter o bom senso de adaptá-las às características de sua propriedade, para prosperar no empreendimento.
Sistemas de manejo
Para os criadores, um maior controle do cruzamento do javali com o porco doméstico é importante porque:
a) garante a qualidade do produto;
b) protege o consumidor, que não será lesado por comprar “gato por lebre”;
c) garante a manutenção dos ganhos obtidos com a comercialização da carne de javalis que sempre vai ser um produto nobre, destinado a um mercado consumidor de maior poder aquisitivo, em virtude dos maiores custos de produção em relação ao porco doméstico ou do javaporco.
Muitas das técnicas empregadas no manejo de javali são baseadas nas mesmas práticas utilizadas e descritas em manuais de suinocultura com algumas adaptações. O produtor, por sua vez, deverá ter o bom senso de adaptá-las às características de sua propriedade, para prosperar no empreendimento.
Sistemas de manejo
Fatores como disponibilidade de recursos financeiros, área, matrizes e reprodutores, água e vegetação arbórea e/ou arbustiva, devem ser levados em conta na hora da escolha dos diferentes sistemas de criação que podem ser utilizados para o manejo de javalis. Em geral, a criação de javalis pode ser estabelecida em propriedades nas quais já existam instalações destinadas à criação tradicional de porcos, em que era empregado um sistema misto de criação (parte confinado e parte à solta em piquetes) mas vão ser necessárias várias adaptações. O melhor é a construção de instalações específicas para a criação de javalis.
A criação de javalis pode ser feita basicamente da mesma maneira que era feita a criação de porcos antigamente no sistema de semi confinamento. Matrizes, reprodutores e animais em engorda são mantidos em piquetes gramados. Como consequência, a sua carcaça e o sabor de sua carne vai ser ainda mais diferenciado em relação à carne de porco, o ganho de peso será mais acelerado e os animais terão uma condição de vida mais próxima da que teriam na natureza, isto é, estaremos fornecendo conforto que vai ser traduzido em bem estar dos animais e, consequentemente, melhores índices zootécnicos. Além disso, as matrizes e machos reprodutores mantidos em piquetes não apresentam problemas de casco e não estando confinados poderão se exercitar mais, não se tornarão obesos e terão uma performance reprodutiva melhor.
Na natureza, os javalis são considerados onívoros, isto é, consomem tanto alimentos de origem vegetal quanto animal
Instalações para a criação de javalis
Para a escolha do local onde vai ser instalada a criação de javalis, o produtor deve levar em conta as seguintes considerações: deve ser feita em um terreno alto, seco, com boa drenagem de fácil acesso, afastado de trânsito e com água abundante. Cada animal adulto consome de 8 a 16 litros de água por dia e os animais em crescimento, uma média de 3 a 5 litros por dia; além disso o criador deve se lembrar de que precisará de água para limpeza periódica de corredores e outras partes das instalações com piso cimentado. O produtor ainda deve levar em conta: declividade (não pode ser superior a 12% para evitar problemas de erosão); presença de sombra (é recomendável, mas não pode ser em excesso) e tipo de solo (deve ter boa drenagem mas não pode ser muito arenoso). Para se tornar rentável o produtor vai precisar de pelo menos 20 matrizes e dois machos reprodutores para iniciar a criação de javalis.
Manejo reprodutivo de javalis
Manejo reprodutivo de javalis
Nos trópicos, sua reprodução pode ocorrer durante o ano todo. O produtor conseguirá duas parições ao ano, caso alimentar e manejar adequadamente as fêmeas matrizes. As fêmeas têm um ciclo estral de 21 dias e são receptivas por dois a três dias. O período de gestação varia de 100 a 140 dias (em geral é de 115 dias). O número de filhotes varia de 1 a 12, mas, usualmente, nascem de 4 a 8.
Na natureza, ao contrário dos demais artiodáctilos, os filhotes de javali nascem em um ninho e aí permanecem até 15 dias após o parto, as fêmeas afastam-se apenas para se alimentar e logo retornam para o ninho. Naturalmente, são desmamados com três a quatro meses e podem deixar a mãe antes do nascimento da próxima ninhada, mas as fêmeas jovens quase sempre permanecem com a mãe por mais tempo.
A entrada na vida reprodutiva pode ser a partir do oitavo mês, mas recomenda-se esperar ao menos o segundo cio para cobrir uma javalina; existe muita variação individual, mas até os 18 meses de vida, a javalina já deve ter entrado no segundo cio. Após a cópula, o criador deve fornecer o máximo de conforto para as fêmeas possivelmente prenhes, fornecer o alimento em comedouros espalhados pelo piquete para evitar disputas por alimento e observar o seu comportamento, detectando a entrada em novo cio.
Manejo alimentar de javalis
Manejo alimentar de javalis
Na natureza, os javalis são considerados onívoros, isto é, consomem tanto alimentos de origem vegetal quanto animal, raízes, tubérculos, capim, salamandras, ovos de aves, e filhotes de outros animais são incluídos em sua dieta. Não existem informações específicas sobre as suas exigências nutricionais. Contudo, por se tratar do ancestral do porco doméstico podemos, a princípio, adotar as mesmas tabelas de exigências nutricionais de suínos, mas com o bom senso de fazer adaptações em razão de serem animais muito menos exigentes e que nem sempre vão responder aos níveis nutricionais empregados na moderna suinocultura e o produtor estaria jogando dinheiro fora se seguisse à risca estas recomendações nutricionais. Não podemos esquecer que os javalis devem ter à disposição água fresca, pura e à vontade.
Os machos reprodutores devem receber de 1,0 a 2,0 kg de ração por dia divididos em duas refeições. Deve-se controlar o peso do animal e fornecer água limpa e à vontade. Em geral, os criadores de javali procuram suplementar a dieta com alimentos volumosos, na ordem de 25% do consumo voluntário diário, para fêmeas em reprodução, machos reprodutores e animais em terminação. Utiliza-se abóbora, cana-de-açúcar, silagem de milho ou sorgo, capim elefante picado (Napier), o que ajuda a diminuir os gastos com a alimentação, evita o perigo dos animais reprodutores engordarem demais, melhora consideravelmente a carcaça e também auxilia a diferenciar ainda mais o sabor da sua carne em relação à carne de suínos. Se a criação for em região próxima a um laticínio, o fornecimento de soro de queijo vai deixar sua carne ainda mais vermelha.
O produtor também deve estar ciente que, quando os animais são criados em piquetes com pastagem de gramíneas e/ou leguminosas, isto não significa que vão diminuir o seu consumo de outros alimentos. A alimentação de fêmeas que vão entrar em reprodução deve ser diferenciada da fornecida para animais que vão para o abate. É necessário que seja rica em proteína (14%). Cuidados com a alimentação dos filhotes de javali devem ser os seguintes: enquanto não são feitos testes específicos para evitar anemia em função da pequena quantidade de ferro presente no leite da javalina e por estarem sendo criados em baias com piso de cimento, pode-se aplicar uma injeção de ferro dextran no terceiro dia de vida para suprir as necessidades de ferro dos filhotes.
O produtor conseguirá duas parições ao ano, caso alimentar e manejar adequadamente as fêmeas matrizes
Crescimento e idade de abate
Em locais onde os javalis são criados em pequenos piquetes com densidade em torno de 50 m2 por animal, o abate é realizado por volta dos 180 a 300 dias de vida, ou quando atingem de 40 kg de peso vivo. Animais cruzados apresentam taxas de crescimento mais aceleradas, mas suas exigências nutricionais são maiores do que os puros que têm crescimento mais lento. Para o produtor, quanto mais cedo o abate mais interessante, porque nas fases iniciais do crescimento os animais apresentam a maior taxa de ganho de peso e melhor conversão alimentar, isto é, crescem mais rápido com um menor consumo. Outro fator que deve ser levado em consideração é que restaurantes preferem carcaças grandes mas, quando a carne for comercializada para boutiques de carne, os consumidores desses estabelecimentos dão preferência a peças menores (pernis de no máximo 2,0 kg).
Castração e marcação
Castração e marcação
A finalidade da castração varia com cada espécie animal e, no caso de suínos, ela é obrigatória para eliminar da carne de machos inteiros o odor e sabor repugnantes ao consumo humano. Este odor é proveniente das secreções de uma bolsa presente próxima à extremidade do pênis. A melhor época para realizar este procedimento seria por volta dos 15 dias de vida, mas como é necessário um prazo maior para selecionar os futuros reprodutores, atualmente alguns produtores estão realizando a castração aos 120 dias de vida. Para a marcação, é mais utilizada a prática de marcação com brincos plásticos existentes no mercado para suínos, apenas toma-se o cuidado da colocação do brinco na parte central da orelha para evitar que caia após uma briga. Outra alternativa é o uso de “microchips” ainda, relativamente, caros no Brasil.
Cuidados diários
Cuidados diários
Diariamente, deve-se observar o estado geral dos animais, as instalações e fazer os reparos necessários. Deve-se verificar o funcionamento e fazer a limpeza dos bebedouros. Manter os comedouros limpos sem restos do dia anterior, evitar ambientes sujos e lamacentos e entrada de pessoas e animais estranhos à criação.
Confira mais informações, acessando os Cursos a Distância CPT, em Livros+DVDs e Cursos Online, da área Animais Silvestres.
Por Silvana Teixeira
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Fonte: www.cpt.com.br
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