Depois de percorrer municípios da Zona Sul do Estado, o secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi e o presidente do Instituto Riograndense do Arroz, Cláudio Pereira (Batata), debaterem nesta terça-feira (26), à noite, em Arroio Grande, algumas questões ligadas ao setor.
Na sede do Sindicato Rural, em evento promovido pelo Irga, eles falaram sobre as políticas públicas de incentivo ao arroz gaúcho começando pelo aporte de R$ 1,2 bilhão do governo Federal, em 2011, para ajudar a escoar a supersafra daquele ano que achatou preços.
Mesmo que a medida tenha sido para minimizar a crise, também lembraram que foi articulação do governador Tarso Genro, que ligou para a presidenta Dilma Roussef, solicitando apoio para a renegociação das dívidas dos agricultores do Estado. À época, a presidente imediatamente enviou ao RS mais R$ 1,5 bilhão para jogar para frente o endividamento dos orizicultores. Mainardi disse que naquele período, antes ainda de assumir o governo, a primeira preocupação do governador era como equalizar a questão do arroz, melhorar as exportações, fazer com que os preços aumentassem.
“O arroz, ao contrário de outras culturas que ainda podem crescer em produção, precisa de mercado. Temos batalhado pra isso. Viajamos a vários países em missões que nos permitiram fazer muitos contatos para vender o nosso produto”, lembrou o secretário.
Nesta quarta-feira (27), acrescentou, o governador estará reunido com o embaixador do Iraque no Brasil. Da conversa, deve sair acordo de venda de 180 mil toneladas para o ano que vem, quase metade do que o País importa todos os anos. O RS produz hoje cerca de oito milhões de toneladas e exporta apenas um milhão.
“A grande questão, no nosso entendimento, é estabilizar a economia do campo. Batemos direto nessa questão. Enquanto o produtor não tiver garantia de que venderá o seu produto, com bons preços, num mercado relativamente estável – mesmo com as oscilações – ficarão à mercê dessas variáveis”.
Outro ponto destacado por Mainardi é a retomada da capacidade de armazenamento do arroz gaúcho. Isso implica em poder vender no período certo e regular o mercado.
“Às vezes, quatro ou cinco meses depois da colheita, o produto chega a ter acréscimo de 100% no valor quando já não tem muito no mercado”.
Desde maio deste ano, a redução de ICMS para compra de arroz gaúcho caiu de 12% para 7%, possibilitando às indústrias daqui adquirir mais e deixar e de importar de outras regiões.
Em visita ontem (26) à Josapar, em Pelotas, Mainardi ficou sabendo da direção da empresa que essa redução fez com que eles passassem a comprar 100% de arroz gaúcho, industrializar e conseguir ganhar mercados em Minas Gerais e São Paulo, dois dos mais disputados do Brasil. Por mês, eles industrializam 36 mil toneladas; parte desse total também vai pra África e alguns países da América Central, oriundo de unidades em Pelotas, Itaqui e Recife.
O presidente do Irga, Claudio Pereira, disse que o que governo tem feito é “dar condições para o produtor se defender do mercado e as indústrias atingir outros mercados”. Nesse aspecto, o Irga, em parceria com outras empresas e institutos, já capacitou 26 indústrias com vias à exportação.
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