Outubro Rosa é
um movimento que ocorre internacionalmente durante todo o mês de outubro. Ele
tem como objetivo principal ressaltar a necessidade da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.
O Outubro Rosa começou na
década de 1990, nos Estados Unidos, onde os estados
faziam ações isoladas referentes ao assunto. Com a posterior aprovação do
Congresso Americano, o mês de outubro se tornou o mês nacional de prevenção
contra o câncer de mama no país.
Para mobilizar a população americana sobre a
importância da ação, as cidades começaram a se enfeitar com laços rosas. Inicialmente, a ideia foi lançada
pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e os laços foram dados aos
participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova Iorque, em 1990.
Depois disso, o objeto passou a ser distribuído em locais públicos, corridas,
desfiles de modas, entre outros eventos.
Embora a doença esteja presente no ano inteiro, o
mês de outubro foi escolhido para representar a causa ao redor do mundo.
Durante todo o período, é comum ver espaços e monumentos decorados e/ou
iluminados com a cor. Em 2017, o Cristo Redentor, que
fica no Rio de Janeiro, será um deles.
No Brasil, o primeiro sinal de envolvimento com o Outubro Rosa aconteceu em
outubro de 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, foi
iluminado com a cor. Em outubro de 2008, o movimento ganhou ainda mais força e
várias cidades brasileiras abraçaram o movimento.
O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no
mundo. No Brasil, as taxas de mortalidade por esse tipo de câncer
continuam elevadas, especialmente porque a doença ainda é diagnosticada em
estágios avançados. Por isso, o autoexame das mamas e a mamografia são essenciais.
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8 sintomas que podem indicar o câncer de mama
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mamilo e nódulos nas axilas estão entre os outros sintomas do câncer de mama
Por Raquel Drehmer
Quando se fala em sintomas do câncer de mama, a primeira coisa que vem à
mente é o nódulo que pode ser encontrado no autoexame ou na mamografia. Embora não seja o único sinal,
existe um motivo muito claro para ele ser o escolhido das campanhas do Outubro Rosa, em que o destaque é a prevenção
à doença.
“O nódulo é um sintoma do estágio mais inicial do
câncer de mama e permite o diagnóstico em uma fase plenamente curável da
doença”, explica o oncologista Artur Malzyner, consultor científico
da Clionco – Clínica de Oncologia Médica.
A oncologista Cintia Nunes, do Hospital
Santa Cruz, complementa dizendo que “os outros sintomas indicam um estágio mais
avançado do câncer de mama” e que a mamografia é capaz de detectar nódulos
ainda menores, imperceptíveis no autoexame. Por isso, fazer o exame anualmente
é fundamental na prevenção.
Os dois especialistas nos contaram quais são os
outros sintomas do câncer de mama e por que eles ocorrem. Confira a lista e
nunca ignore os sinais: se perceber qualquer um deles a qualquer momento,
procure um mastologista para que seja feito um ultrassom, uma
mamografia e a biópsia necessária.
Câncer de mama
antes dos 50 anos chega a 40% dos casos
Enquanto isso, o Ministério da Saúde e
a Sociedade Brasileira de Mastologia divergem sobre a idade mínima dos exames
preventivos.
Por Priscila Doneda
Um
levantamento inédito realizado pelo A.C. Camargo Cancer Center ressaltou a
importância do diagnóstico precoce do câncer de mama, levando em conta o quanto isso
está relacionado com a possibilidade de cura. Os principais pontos do
estudo revelam que 11,4% das pacientes
foram diagnosticadas até os 39 anos e 28,7%, entre 40 e 49 anos. Assim, quatro
entre dez pacientes souberam da doença antes dos 50 anos.
Para a análise, a equipe de Epidemiologia e Departamento de
Mastologia do hospital de São Paulo, que é especializado no tratamento desse
tipo de câncer, contou com 4527 pacientes diagnosticadas e tratadas na
instituição entre 2000 e 2010. Vale destacar, no entanto, que, apesar de ser
considerada uma instituição que é referência mundial em oncologia, a pesquisa
não reflete o cenário do país como um todo.
Esses dados colocam em pauta uma questão já debatida anteriormente: a
idade com a qual a mulher deve começar a fazer os exames preventivos. De acordo
com o Ministério da Saúde, a mamografia deve ser realizada a partir dos 50
anos e, somente em casos de câncer de mama e/ou ovário na família, essa idade
deve ser inferior. Ou seja, se tivessem seguido à risca essas recomendações,
40% das pacientes do hospital não teriam descoberto seus tumores. No entanto,
para a Sociedade Brasileira de Mastologia, a idade ideal deve ser 40.
Na opinião da Dra. Fabiana Baroni Makdissi, cirurgiã oncologista e
diretora do Departamento de Mastologia do A.C. Camargo Cancer Center, o assunto
é polêmico, mas parece mais adequado começar a prevenção o quanto antes.
“Embora o pico de incidência de câncer de mama se dê entre os 50 e 69 anos, uma
parcela grande de pacientes é beneficiada pelo diagnóstico precoce antes dessa
idade. É importante discutir com o médico especialista as características de
cada indivíduo”, reforça.
A pesquisa ainda traz informações de que 76% dos casos foram detectados
precocemente, quando a chance de cura é maior, o que possibilitou o aumento das
taxas de sobrevida global em cinco anos entre as pacientes diagnosticadas entre
2005 e 2011, em comparação com os anos de 2000 a 2004.
Entre todas as pacientes do período todo (de 2000 a 2011) que descobriram
a doença no estágio I, 96,1% estavam vivas após cinco anos. No estágio II, elas
eram 89,2%. No estágio III, 71,6%, número que caiu para 30,3% no estágio IV, o
mais avançado.
De acordo com a Dra. Fabiana Baroni, existem alguns fatores de risco que
podem fazer parte do quadro. “Ser mulher, estar envelhecendo (já que a doença
aparece muito a partir dos 40 e, ainda mais, a partir dos 50), ter a primeira
menstruação muito cedo, ter a última menstruação muito tarde, não ter
gestações, obesidade, sedentarismo e, claro, o fator hereditário (o que
representa uma parcela pequena, já que 80% das mulheres diagnosticadas não têm
histórico familiar)”, enumera. Embora não seja possível atuar sobre alguns
desses fatores, as mulheres podem tomar certas atitudes quanto aos outros.
“Estimular as crianças a praticarem esportes para atrasar a primeira
menstruação e controlar obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo de bebidas
alcoólicas pode ajudar”, aconselha.
Atualmente, o câncer de mama é a segunda maior causa de morte entre as
brasileiras e o quinto câncer que mais mata no mundo: são 522 mil
por ano. De acordo com o Globocan 2012, esse é o câncer mais comum
entre todas as mulheres. Por ano, surgem cerca de 1,6 milhão de novos casos, o
que representa 25% de todos os cânceres. No Brasil, segundo o Instituto
Nacional de Câncer (INCA), são estimados 57.960 novos casos da doença em 2016.
Postagem: Paulinho da mídia, o Javali do Herval
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