quinta-feira, 5 de outubro de 2017

OUTUBRO ROSA, SAIBA TUDO SOBRE O CÂNCER DE MAMA.

(Carolina Yukie Horita/MdeMulher)

Outubro Rosa é um movimento que ocorre internacionalmente durante todo o mês de outubro. Ele tem como objetivo principal ressaltar a necessidade da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.
O Outubro Rosa começou na década de 1990, nos Estados Unidos, onde os estados faziam ações isoladas referentes ao assunto. Com a posterior aprovação do Congresso Americano, o mês de outubro se tornou o mês nacional de prevenção contra o câncer de mama no país.
Para mobilizar a população americana sobre a importância da ação, as cidades começaram a se enfeitar com laços rosas. Inicialmente, a ideia foi lançada pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e os laços foram dados aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova Iorque, em 1990. Depois disso, o objeto passou a ser distribuído em locais públicos, corridas, desfiles de modas, entre outros eventos.
Embora a doença esteja presente no ano inteiro, o mês de outubro foi escolhido para representar a causa ao redor do mundo. Durante todo o período, é comum ver espaços e monumentos decorados e/ou iluminados com a cor. Em 2017, o Cristo Redentor, que fica no Rio de Janeiro, será um deles.
No Brasil, o primeiro sinal de envolvimento com o Outubro Rosa aconteceu em outubro de 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, foi iluminado com a cor. Em outubro de 2008, o movimento ganhou ainda mais força e várias cidades brasileiras abraçaram o movimento.
O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo. No Brasil, as taxas de mortalidade por esse tipo de câncer continuam elevadas, especialmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. Por isso, o autoexame das mamas e a mamografia são essenciais. 
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Além do nódulo: 8 sintomas que podem indicar o câncer de mama

Tamanho alterado da mama, secreção pelo mamilo e nódulos nas axilas estão entre os outros sintomas do câncer de mama
Quando se fala em sintomas do câncer de mama, a primeira coisa que vem à mente é o nódulo que pode ser encontrado no autoexame ou na mamografia. Embora não seja o único sinal, existe um motivo muito claro para ele ser o escolhido das campanhas do Outubro Rosa, em que o destaque é a prevenção à doença.
“O nódulo é um sintoma do estágio mais inicial do câncer de mama e permite o diagnóstico em uma fase plenamente curável da doença”, explica o oncologista Artur Malzyner, consultor científico da Clionco – Clínica de Oncologia Médica.
A oncologista Cintia Nunes, do Hospital Santa Cruz, complementa dizendo que “os outros sintomas indicam um estágio mais avançado do câncer de mama” e que a mamografia é capaz de detectar nódulos ainda menores, imperceptíveis no autoexame. Por isso, fazer o exame anualmente é fundamental na prevenção.
Os dois especialistas nos contaram quais são os outros sintomas do câncer de mama e por que eles ocorrem. Confira a lista e nunca ignore os sinais: se perceber qualquer um deles a qualquer momento, procure um mastologista para que seja feito um ultrassom, uma mamografia e a biópsia necessária.
Câncer de mama antes dos 50 anos chega a 40% dos casos

Enquanto isso, o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Mastologia divergem sobre a idade mínima dos exames preventivos.
Um levantamento inédito realizado pelo A.C. Camargo Cancer Center ressaltou a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama, levando em conta o quanto isso está relacionado com a possibilidade de cura. Os principais pontos do estudo revelam que 11,4% das pacientes foram diagnosticadas até os 39 anos e 28,7%, entre 40 e 49 anos. Assim, quatro entre dez pacientes souberam da doença antes dos 50 anos.
Para a análise, a equipe de Epidemiologia e Departamento de Mastologia do hospital de São Paulo, que é especializado no tratamento desse tipo de câncer, contou com 4527 pacientes diagnosticadas e tratadas na instituição entre 2000 e 2010. Vale destacar, no entanto, que, apesar de ser considerada uma instituição que é referência mundial em oncologia, a pesquisa não reflete o cenário do país como um todo.
Esses dados colocam em pauta uma questão já debatida anteriormente: a idade com a qual a mulher deve começar a fazer os exames preventivos. De acordo com o Ministério da Saúde, a mamografia deve ser realizada a partir dos 50 anos e, somente em casos de câncer de mama e/ou ovário na família, essa idade deve ser inferior. Ou seja, se tivessem seguido à risca essas recomendações, 40% das pacientes do hospital não teriam descoberto seus tumores. No entanto, para a Sociedade Brasileira de Mastologia, a idade ideal deve ser 40.
Na opinião da Dra. Fabiana Baroni Makdissi, cirurgiã oncologista e diretora do Departamento de Mastologia do A.C. Camargo Cancer Center, o assunto é polêmico, mas parece mais adequado começar a prevenção o quanto antes. “Embora o pico de incidência de câncer de mama se dê entre os 50 e 69 anos, uma parcela grande de pacientes é beneficiada pelo diagnóstico precoce antes dessa idade. É importante discutir com o médico especialista as características de cada indivíduo”, reforça.
A pesquisa ainda traz informações de que 76% dos casos foram detectados precocemente, quando a chance de cura é maior, o que possibilitou o aumento das taxas de sobrevida global em cinco anos entre as pacientes diagnosticadas entre 2005 e 2011, em comparação com os anos de 2000 a 2004. Entre todas as pacientes do período todo (de 2000 a 2011) que descobriram a doença no estágio I, 96,1% estavam vivas após cinco anos. No estágio II, elas eram 89,2%. No estágio III, 71,6%, número que caiu para 30,3% no estágio IV, o mais avançado.
De acordo com a Dra. Fabiana Baroni, existem alguns fatores de risco que podem fazer parte do quadro. “Ser mulher, estar envelhecendo (já que a doença aparece muito a partir dos 40 e, ainda mais, a partir dos 50), ter a primeira menstruação muito cedo, ter a última menstruação muito tarde, não ter gestações, obesidade, sedentarismo e, claro, o fator hereditário (o que representa uma parcela pequena, já que 80% das mulheres diagnosticadas não têm histórico familiar)”, enumera. Embora não seja possível atuar sobre alguns desses fatores, as mulheres podem tomar certas atitudes quanto aos outros. “Estimular as crianças a praticarem esportes para atrasar a primeira menstruação e controlar obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas pode ajudar”, aconselha.
Atualmente, o câncer de mama é a segunda maior causa de morte entre as brasileiras e o quinto câncer que mais mata no mundo: são 522 mil por ano. De acordo com o Globocan 2012, esse é o câncer mais comum entre todas as mulheres. Por ano, surgem cerca de 1,6 milhão de novos casos, o que representa 25% de todos os cânceres. No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 57.960 novos casos da doença em 2016.

Postagem: Paulinho  da mídia, o Javali do Herval

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