terça-feira, 1 de julho de 2014
Terceirizados da OI estão em greve por tempo indeterminado.
Os funcionários da empresa RM Telecom, que presta serviços de telefonia para a operadora Oi, iniciaram nesta segunda-feira (6) uma greve por tempo indeterminado. A pauta de reivindicações do movimento possui 82 itens, dentre eles a efetivação de um reajuste de 10% e o cumprimento das leis trabalhistas no que diz respeito a férias e folgas semanais.
De acordo com o Sindicato dos Telefônicos do Rio Grande do Sul (Sinttel), a empresa RM Telecom possui cerca de 2,4 mil funcionários no Estado. Os trabalhadores possuem uma jornada de 44 horas semanais e recebem um salário de cerca de R$ 800.
O sindicato reivindica um reajuste de 10%, mas a empresa está disposta a conceder apenas a reposição da inflação, que fica em 7,22%. A data-base para o aumento salarial era até o final de abril. Além disso, o Sinttel afirma que a RM Telecom ainda não efetivou o pagamento da Participação Por Resultados (PPR) dos funcionários, que ocorre a cada 12 meses e representa uma parcela de 50% do valor do salário – ou seja, de R$ 400.00.
Em manifesto, os grevistas informam que a Portugal Telecom depôs o presidente da Oi, Francisco Valim, no início deste ano, por ele estar cobrando investimentos prometidos pela companhia portuguesa à operadora. “Além disso, mudou o fluxo do capital, impondo o pagamento de R$ 1 bilhão de dividendos para os acionistas majoritários, sangrando os cofres da Oi à custa de redução de investimentos nas obras de engenharia, atraso no pagamento das empresas terceirizadas, cortes nos empregos e atrasos nos salários e na PPR”, criticam os grevistas. O documento finaliza a manifestação afirmando que “a crise de Portugal não pode ser exportada para o Brasil, às custas dos brasileiros”.
Flávio Rodrigues, vice-presidente do Sinttel, afirma que os funcionários estão “sobrecarregados, sem equipamentos e ferramentas de trabalho”. Ele diz, ainda, que a RM Telecom já teria demitido mais de 500 pessoas e que é prática comum na empresa atrasar algum tipo de pagamento todos os meses. “Todo mês atrasam algum pagamento. Num mês deixaram de pagar hora extra a 300 funcionários. Tudo isso porque a Oi deve dinheiro para a RM”, comenta Flávio.
Grevistas compareceram à Assembleia Legislativa, onde CPI investiga serviço prestado por companhias telefônicas | Foto: Divulgação/Sinttel
O sindicalista acredita que a precarização das condições de trabalho está afetando a qualidade do serviço prestado e, como
consequência, gerando insatisfações por parte dos clientes da Oi. “Houve pelo menos dois episódios em que funcionários foram agredidos por usuários, um em Caxias do Sul e outro em Porto Alegre. A velocidade de reparos nos defeitos diminuiu e os clientes ficaram com telefones mudos por muitos dias. Acabaram se revoltando contra os trabalhadores, quando, na realidade, a culpa é dos chefes”, lamenta.
A reportagem do Sul21 entrou em contato com o escritório da RM Telecom no Estado, que informou que não tem autorização da matriz da empresa para se manifestar sobre a greve. Até o fechamento desta reportagem, a matriz da RM Telecom, localizada em Fortaleza (CE), não retornou o contato da reportagem.
Em nota, a companhia telefônica Oi disse que colocou equipes à disposição para suprir a eventual falta de atendimento deixada pelos grevistas e assegurou que cerca de 50% dos trabalhadores aderiram à greve. “A Oi informa que mantém planos de contingência com o objetivo de acionar equipes próprias e contratadas, inclusive de outras localidades, para garantir a prestação do serviço. Casos pontuais de problemas técnicos podem ser comunicados pelo canal de atendimento 103 14”, comunicou a empresa. No site da Oi, a companhia informa que, em setembro de 2012, “possuía 73,3 milhões de Unidades Geradoras de Receitas (UGRs). Deste total, 45,6 milhões estavam no segmento Móvel Pessoal, 18,2 milhões no segmento Residencial, 8,8 milhões no segmento Empresarial/Corporativo e 726 mil Telefones de Utilidade Pública (TUP)”.
CPI na Assembleia Legislativa investiga problemas na área de telefonia
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul instalou, no dia 23 de abril, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a qualidade dos serviços prestados pelas companhias telefônicas no Estado. Além do Rio Grande do Sul, outros sete estados brasileiros também possuem CPIs sobre o tema em seus parlamentos.
A CPI foi aprovada por unanimidade por todos os parlamentares do Legislativo gaúcha e é presidida pelo deputado estadual Ernani Polo (PP). “Hoje o serviço gera dano ao consumidor pela baixa qualidade, ausência de sinal, queda frequente de ligações e problemas gravíssimos no atendimento dos Call Centers”, afirma o parlamentar.
Deputado Ernani Polo preside CPI que investiga qualidade dos serviços de telefonia no estado | Foto: Marcelo Bertani/Agência ALRS
O deputado explica que a intenção é mapear a legislação referente à instalação de antenas de telefonia nos municípios, já que as empresas do setor costumam argumentar que existem muitos entraves para a instalação dos equipamentos. Ernani Polo também pretende discutir uma nova legislação sobre telecomunicações no país. “Queremos criar uma pressão em nível nacional para elaborar um novo marco regulatório das telecomunicações. A lei atual é de 1997, nessa época, a realidade dos serviços de telefonia era outra”, comenta.
Para o deputado, a situação dos trabalhadores das empresas de telefonia também precisa ser levada em conta pela CPI. “Os problemas se incorporaram à situação dos trabalhadores, que são terceirizados, e isso tudo compromete a qualidade do serviço. As empresas buscam cada vez vender mais linhas e não investem em infraestrutura e material humano”, critica.
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