Nada aquece mais do que chamas crepitantes. Seja numa lareira, numa fogueira a céu aberto ou numa salamandra, as chamas ateadas com lenha avivam e criam boas recordações. Contudo, antes de atear fogo ao primeiro tronco deste ano, perca algum tempo a rever algumas regras de segurança relacionadas com a lenha.

Lenha infestada

Mesmo que insetos se abriguem na madeira para passar o inverno, nunca aplique pesticida na lenha. A maioria dos pesticidas apenas leva a que estes insetos procurem refúgio ainda mais fundo. Além disso, se queimar lenha tratada com pesticidas, arriscar-se-á a libertar esses químicos no interior da sua casa.

Evite as lianas felpudas

As lianas da hera venenosa, que frequentemente se enrolam à volta das árvores, podem ter uma consistência lenhosa que parece ideal para queimar. Se detetar uma liana lenhosa e felpuda na lenha que comprou ou cortou, separe o tronco afetado da restante lenha. Não tente remover a liana e queimar o tronco sem ela. Se lhe escapar alguma das raízes lenhosas que contêm a seiva venenosa, poderá desenvolver uma erupção cutânea, e os seus pulmões serão igualmente afetados, se chegar a inalar esse fumo.

Armazene a lenha de forma adequada

Se estiver a pensar armazenar lenha seca na sua garagem ou abrigo de jardim, certifique-se de que não existem fontes de ignição por perto. Estas incluem ferramentas como trituradoras, lanternas ou máquinas de soldar.

Compre apenas lenha local

Muitas pragas e doenças que atacam as árvores viajam através da lareira, incluindo o besouro verde, o escaravelho de chifres longos asiático e milhares de doenças que apodrecem a madeira. Use sempre lenha local, para evitar importar uma nova praga para a sua zona. A maioria dos especialistas recomenda que a lenha seja obtida num raio de 80 km.

Lenha proveniente de árvores derrubadas por trovoadas e ventos fortes

Não faz mal secar e queimar este tipo de lenha, desde que a mesma não se apresente podre, doente ou tratada com pesticidas.

Lenha dura vs lenha macia

A madeira divide-se em duas categorias: madeira macia (coníferas) e madeira dura (caducifólias). Regra geral, a madeira dura é mais compacta e dura do que a madeira macia, mas existem exceções. Estes dois tipos de madeira queimam de forma diferente.
As madeiras duras apresentam ainda diferenças ao nível da produção de calor, medida em unidades térmicas britânicas (BTU). Uma unidade térmica britânica elevada significa que obterá mais calor por volume de lenha.

Madeira dura
Madeira macia
Arde durante mais tempo, com uma chama consistente
Arde muito rapidamente, produzindo uma chama alta e muito quente
Produz mais brasa, a qual liberta calor durante bastante tempo
Ao arder mais rapidamente, terá de colocar lenha com mais frequência; as brasas duram pouco tempo
Mais difícil de fazer lume
Ignição fácil, boa para iniciar uma fogueira
Ideal para salamandras e lareiras fechadas
Ideal para fogueiras ao ar livre

Madeira seca

Para arder melhor, a lenha não deve ter mais de 20% de humidade. A lenha bem seca arde de forma mais segura e eficaz do que a lenha verde. Procure obter os tipos de lenha abaixo indicados que, quando convenientemente secos, produzem as melhores chamas.
Madeira dura 
Madeira macia
eucalipto  
cedro
árvores de fruto
abeto
nogueira-americana
pinheiro-do-canadá
acácia
pinheiro
medronheiro
sequoia
ácer

carvalho (todos os tipos)

nogueira


Algumas madeiras macias, como os cedros-vermelhos e alguns pinheiros, contêm bolsas de humidade com gás comprimido que explodem sob a ação do calor. As explosões produzem fagulhas que são perigosas em lareiras abertas e sem os devidos painéis de proteção.
A madeira das seguintes árvores é também uma boa opção para retirar lenha, desde que esteja bem seca, mas existem alguns aspetos a considerar:
Faia: produz uma chama muito quente e brasas duradouras, mas pode derreter metal numa fogueira.
Acácia-bastarda: arde durante muito tempo e produz calor intenso com uma chama média, mas tem espinhos; cuidado ao manuseá-la
Ulmeiro: há quem diga que o fumo desta árvore tem um odor desagradável, é difícil de cortar e as chamas requerem atenção constante
Amoreira: tem uma ignição difícil e produz muitas fagulhas, mas tem tanta energia como o carvalho.

Árvores a evitar

Existem ainda as seguintes madeiras, que tendem a ser difíceis de cortar, mesmo com uma serra hidráulica: o ulmeiro-americano, o plátano, a árvore-do-âmbar, a nogueira-pecan, a pistácia, a amendoeira, a árvore de pomelo e o eucalipto-vermelho.
A nogueira-americana, alguns carvalhos e a oliveira são difíceis de cortar manualmente, mas existem ajudas mecânicas para ajudar na tarefa.


Principais madeiras ameaçadas

» Aroeira ou Aroeira do Sertão (Myracrodruon urundeuva);
» Pau-amarelo (Euxylophora paraensis);
» Mogno (Swietenia macrophylla);
» Castanheira (Bertholletia excelsa);
» Imbuia (Ocotea porosa);
» Canela-sassafrás (Ocotea odorifera);
» Canela-preta (Ocotea catharinensis);
» Pau-roxo (Peltogyne maranhensis);
» Braúna (Melanoxylon brauna);
» Jacarandá-da-Bahia (Dalbergia nigra);
» Pau-brasil (Caesalpinia echinata);
» Cerejeira (Amburana cearensis var. acreana);
» Pinheiro-do-paraná ou Pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia);
» Baraúna (Schinopsis brasiliensis);

Madeiras proibidas por lei para corte/extração

» Castanheira (Bertholetia excelsa), segundo decreto 5.975/2006;
» Mogno (Swietenia macrophylla), segundo decreto 6.472/2008;
» Seringueira (Hevea spp), segundo decreto 5.975/2006.
Observação: todos os dados descritos acima em relação as espécies são referentes a última pesquisa nacional que aconteceu no ano de 2008.
Mesmo com projetos de reflorestamento e a fiscalização dos órgãos competentes, tal como o Ministério do Meio Ambiente (MMA) muitas dessas espécies ainda vem sendo exploradas no Brasil, servindo como principal finalidade para a produção de móveis finos.
Aviso: lembre-se que antes de extrair qualquer tipo de madeira brasileira, terá que ter um cadastro no MMA e obedecer todas as normas em relação a esse processo, caso contrário, poderá pagar multas altíssimas e possivelmente ser detido pela justiça.







Cortar árvores em extinção não é crime se madeira não for usada


O artigo 45, caput, da Lei de Crimes Ambientais não alcança aquele que, mesmo sem licença, corta espécies de árvores ameaçadas de extinção. Desde que, é claro, estas não se transformem em madeira ou carvão de uso energético. Com este entendimento, a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul reformou sentença que condenou um agricultor por ter derrubado algumas árvores de araucária do meio de sua lavoura sem a autorização do órgão de controle ambiental.
O relator da Apelação, desembargador Rogério Gesta Leal, disse que o tipo penal elencado na denúncia exige essas duas destinações para as espécies suprimidas, o que não ocorreu no caso concreto. É que as araucárias só foram cortadas porque estavam em meio à área de lavoura, impedindo os trabalhos de plantio. ‘‘Dessa forma, não restou comprovado nos autos a elementar do tipo penal classificado na denúncia, devendo, pois, ser reconhecida a atipicidade da conduta do réu’’, escreveu no acórdão.
Em adendo, o relator citou jurisprudência do próprio colegiado, da lavra do seu colega Gaspar Marques Batista, em acórdão lavrado em abril de 2004: ‘‘A norma incriminadora do art. 45 da lei ambiental busca proteger as madeiras de lei, diferente da norma do art. 39 do mesmo diploma, que protege a biodiversidade. Árvore é o vegetal ereto, vinculado à terra, vivo, composto de raiz, tronco, galhos e folhas, enquanto que o elemento madeira, constante da norma do art. 45, é o lenho seco, que resulta depois da árvore abatida, sem vida’’. A decisão é do dia 31 de julho.
Mata nativa

A denúncia formulada pelo Ministério Público narra que, no fim de agosto de 2007, um agricultor do município de Ibiraiaras cortou 19 árvores da espécie Araucaria angustifolia, ameaçada de extinção, sem autorização do órgão ambiental competente. Ele acabou incurso no artigo 45, caput, combinado com o artigo 53, inciso II, letra “c”, ambos da Lei 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais). Ou seja, abate de espécies em vias de extinção para uso como madeira ou transformação em carvão.

Em sua defesa, o agricultor disse que retirou as araucárias, que estavam bem no meio da área de lavoura, para poder plantar com seu maquinário. Imaginou que o corte de algumas árvores não afetaria o meio ambiente, pois tinha grande quantidade de mata. Na verdade, a área de sua propriedade é formada, em mais de 50%, por mata nativa.
O juiz José Pedro Guimarães, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Lagoa Vermelha, julgou a denúncia procedente, por entender que a materialidade e a autoria do crime ficaram comprovadas pela confissão do acusado e pelo auto-de-infração ambiental lavrado pela Brigada Militar.
‘‘O tipo legal de crime violado não prevê no seu preceito secundário a pena de multa como alternativa, mas, sim, cumulativa, logo, descabe juízo diverso, sob pena de usurpação de função legiferante (art. 2º da CF). Ao Judiciário, é defeso atuar como legislador positivo. Reserva-lhe a Constituição da República apenas a atuação como legislador negativo (Súmula 339 do STF)’’, escreveu na sentença.
Com tal entendimento, o réu foi condenado, em primeiro grau, a pena de um ano e dois meses de reclusão, em regime aberto, bem como ao pagamento de multa. Na dosimetria, a pena privativa de liberdade foi substituída por pena restritiva de direito, consistente em prestação de serviços à comunidade. Mas recorreu e reverteu a decisão no TJ.
Clique aqui para ler o acórdão.

Clique aqui para ler a sentença
Fonte:http://www.conjur.com.br/


CORONILHA

Scutia buxifolia

Descrição : Da família das Ramnáceas. Ê uma árvore pequena, ou mesmo um arbusto, de caule reto, medindo até 6m de altura e 50cm de diâmetro, muito frondoso.
Sua casca é avermelhada, fina, decídua em camadas relativamente espessas, seus ramos eretos, quadrangulares enquanto nova, frequentemente opostos, com grandes espinhos de até 4cm de comprimento.
Suas folhas subpostas ou alternas, elípticas ou oval-lanceoladas, agudas ou obtusas, peninervadas, inteiras ou, às vezes, serradas e com um dente no ápice, coriáceas, verde-escuro; suas flores são esverdeadas, curto pedunculadas, pequenas e dispostas em fascículos de 2 e 3; tem ovário subgloboso e o seu fruto é uma drupa globosa, esverdeada, de 2 a 3mm de diâmetro, contendo sementes compridas, discoides.
Fornece finíssima espécie de madeira, violácea ou avermelhada, muito elástica, considerada impenetrável pelos insetos, principalmente o cerne; é homogênea, porém racha durante a secagem.
É usada para obras de esteio, torno, marcenaria, lenha, carvão e trabalhos expostos.
É medicinal, pois sua casca contém matéria tintorial e dela se faz também certa tintura recomendada como tônico do coração.
As folhas são alimento predileto da lagarta da grande mariposa Morpho catenarius ( borboleta-da-coronilha ). Os frutos também contêm matéria tintorial. Existem outras variedades como a acutifólia, arenícola e obtusifólia.
Morpho catenarius
Vegeta em qualquer tipo de terreno, tanto fértil como árido e até entre as rochas. Muito conhecida no Brasil, principalmente nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Principalmente no Rio Grande do Sul, onde sua vegetação é intensíssima. Conhecida também como espinho-de-touro.
Origem : Espécie nativa das matas do sul da América do Sul
Propriedades : Tônico cardíaco
Indicação : Diurética, hipotensora. Tintura das cascas é usada como tônico cardíaco. As cascas e as folhas são usadas como diuréticas e hipotensoras.
Plantio : Propagação por sementes, mudas feitas nos viveiros para depois ir a campo. Preferir no outono inverno para realizar o plantio. Mudas devem ser tutoradas. Florescimento, de outubro a janeiro dependendo da região do estado.
Fonte:Plantas que Curam.