Três cidades gaúchas decretaram situação de emergência por causa da estiagem: Candiota, Pedras Altas e Herval
Foto: Mari Stela/Especial para Terra
Foto: Mari Stela/Especial para Terra
O fenômeno da estiagem no Rio Grande do Sul não é novidade para os gaúchos, mas a seca deste ano impressiona pela "intensidade", ainda no início do verão, segundo afirma o subchefe estadual da Defesa Civil, Major Oscar Luis Moiano. Ele afirma que só viu fenômeno mais forte do que o atual no começo da década de 2000, "que no seu auge foi mais intenso que esse".
A zona mais afetada está localizada na fronteira com o Uruguai. Três cidades gaúchas decretaram situação de emergência Candiota, Pedras Altas e Herval. A cidade de Bagé sofre com o baixo nível de água nos reservatórios e os moradores enfrentam racionamento diário de água de 12 horas.
O major Moiano afirma que na cidade de Candiota os animais estão morrendo pela pela falta de água nas propriedades rurais. No entanto, na região urbana, o abastecimento ainda está normal. "Onde não existe estrutura de abastecimento organizada e bem estruturada, seca o poço, e as pessoas não tem água para beber. Os reservatórios de água para os animais, como micro-açudes, também secam e as famílias perdem o animal que é a subsistência delas criando um quadro ainda mais grave".
A seca já era esperada na região pela formação do La Niña - fenômeno de resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico -, que segundo o Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas, era previsto desde junho de 2010. A meteorologista do Climatempo Fabiana Weykamp diz que as chuvas começaram a diminuir de intensidade na região afetada desde dezembro. "A tendência é de que, ao longo desse verão, o La Niña ainda influencie o tempo na região sul do Brasil", disse.
La Niña permanece até 2012
Fabiana diz que de acordo com modelos climáticos, a princípio, o La Niña deve estar presente até o meio do ano que vem, mas pode perder a força ao longo dos meses. "O pico da influencia vai ser mesmo durante o verão". Caso mantenha a força até o inverno, a expectativa deve ser de frio acima do normal. "O inverno pode ser mais frio do que o normal, porque uma das características do La Niña é a entrada de massas polares", disse a meteorologista, explicando que se trata de uma previsão de muito longo prazo que pode não se confirmar.
Fabiana diz que de acordo com modelos climáticos, a princípio, o La Niña deve estar presente até o meio do ano que vem, mas pode perder a força ao longo dos meses. "O pico da influencia vai ser mesmo durante o verão". Caso mantenha a força até o inverno, a expectativa deve ser de frio acima do normal. "O inverno pode ser mais frio do que o normal, porque uma das características do La Niña é a entrada de massas polares", disse a meteorologista, explicando que se trata de uma previsão de muito longo prazo que pode não se confirmar.
De acordo com o diretor do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológica da Universidade de Pelotas, Gilberto Barbosa Diniz, o La Niña é provocado pelo resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico, que pode ter sido intensificado pela Oscilação Decadal do Pacífico (ODP).
"Estamos iniciando neste ano o período de Oscilação Decadal do Pacífico (ODP)... que como o próprio nome diz, ocorre de 10 em 10 anos. Estamos iniciando o período negativo (de resfriamento), ou seja, pode ser influencia dessa ODP a intensidade do La Niña no Rio Grande do Sul", afirma, fazendo questão de deixar claro de que se trata de uma possibilidade que ainda carece de estudos.
Segundo ele, estão previstas chuvas na região afetada pela estiagem no Rio Grande do Sul a partir do mês de março. "Não vai solucionar porque o solo ainda estará muito seco após esses meses com chuva abaixo da média", diz.
Postado:Paulinho da Mídia,Fonte:TERRA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário