sexta-feira, 14 de março de 2014

Região Sul se torna polo ervateiro por decreto

Publicação: Fabio Duarte

Fonte: Diario Popular

Mesmo sem ter produção comercial, a Região Sul do Estado foi estabelecida como Polo Ervateiro pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio. O município de Canguçu, sede do Polo Sul, já foi grande produtor da cultura nas décadas de 1940 e 1950, mas a atividade foi aos poucos substituída pelo fumo, e recentemente pela soja, por falta de unidades de processamento.
Fazem parte inicialmente outros 13 municípios da Região Sul, sendo eles Pelotas, Piratini, Arroio do Padre, São Lourenço do Sul, Cristal, Camaquã, Amaral Ferrador, Pedras Altas, Herval, Pinheiro Machado, Dom Feliciano, Santana da Boa Vista e Morro Redondo. Também sem produção comercial significativa.
O secretário Luiz Fernando Mainardi explica que a iniciativa é estratégica para estimular a produção de erva-mate de forma que abasteça o mercado local sem saturar a oferta. Será possível utilizar recursos do recém-criado Ibramate para financiar novas lavouras na região e planejar o processamento e distribuição do produto final.
O próximo passo será desenvolver projetos de implantação de lavouras com produtores interessados, identificar plantas que melhor se adaptem à região, criar uma estrutura de produção de mudas e oferecer assistência técnica para adoção de manejo adequado.
"Não vamos começar com grandes áreas, a ideia é aos poucos diversificar produções existentes, numa projeção de médio a longo prazo, planejando mercados futuros" explica Mainardi, lembrando que este é um dos primeiros polos criados da forma inversa, quando ainda não há produção efetiva nos municípios.

Seis polos ervateiros
O Rio Grande do Sul conta, a partir desta quinta-feira, com seis polos ervateiros, Planalto e Missões, Alto Uruguai, Nordeste Gaúcho, Alto Taquari e Vale do Taquari. Ato instituindo o Polo Sul, foi assinado na manhã desta quarta-feira, no município de Canguçu.
O responsável pela coordenação, Sérgio Pasa, destacou que a iniciativa representa para toda região uma nova atividade, além de resgatar a história de uma árvore símbolo do Rio Grande do Sul e que é muito significativa culturalmente para Canguçu.
A seleção das plantas para construir viveiros que vão garantir a qualidade da erva-mate produzida na região será de responsabilidade do Fundomate em parceria com a Embrapa. "O município também pode virar um polo industrial, mais uma alternativa”, explicou o representante do Ibramate, Valdir Zonin.
Mercado
Segundo a Emater/RS municipal de Canguçu, muitos produtores já se mostraram interessados na cultura de erva-mate. Porém, a instabilidade no mercado pode trazer receio aos produtores. Depois de uma escassez do produto na década de 1980, em que uma diminuição na oferta de matéria-prima na Metade Sul do Brasil e em países como Argentina e Paraguai, os preços ficaram elevados para os consumidores.
Logo após novos ervais surgiram no intuito de recuperar a oferta em uma corrida de investimentos e grandes plantios nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. O resultado, em 1990, foi a inversão de mercado com grande oferta de erva-mate a um preço considerado bom para o consumidor, mas muito baixo para o ervista até 2012.
Atualmente, uma nova escassez de matéria-prima eleva os preços novamente. O governo do Estado promete planejar o mercado futuro e trabalhar na divulgação do consumo do produto, para alcançar a tão sonhada garantia de mercado, sem faltar para a indústria, remunerar bem o produtor e agradar o bolso do consumidor.

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