Uruguai,
grande consumidor de erva-mate, poderia permitir a compra pública da
outra erva, a cannabis sativa. Mas, de forma fiscalizada. Os fumantes da
maconha terão um teto para a compra de cigarros de maconha e estarão
dentro de um registro nacional. Turistas, fora do basê de blend
uruguaio. Acima, cuia, bomba e erva-mate. Por enquanto, esta é a única
erva legal. A outra terá que passar pelo crivo do Parlamento em
Montevidéu, possivelmente em julho. O assunto estava em stand by desde o
ano passado. Mas, agora parece que a coisa vai. O Parlamento poderia
votar o projeto até o final deste mês. Acima, na ilustração, o
tradicional “mate” (cuia) com a erva-mate, para a clássica infusão dos
Pampas, bebida consumida em massa pelos uruguaios.
O bloco parlamentar da Frente Ampla, a
coalizão do governo do presidente José ‘Pepe’ Mujica do Uruguai, chegou a
um consenso sobre o projeto para a legalização da produção e
comercialização da maconha no país. O acordo entre os parlamentares
dessa coalizão, que integra democratas-cristãos e ex-guerrilheiros
tupamaros, além de comunistas e socialistas moderados, implica na venda
de maconha nas farmácias.
Segundo o deputado socialista Julio
Bango, o Centro de Farmácias (associação dos setor no Uruguai),
solicitou estar a cargo da comercialização da droga. No ano passado o
governo Mujica anunciou que enviaria um projeto de lei para
descriminalizar a produção e consumo da maconha.
A ideia era de tornar o Estado uruguaio
na entidade encarregada do “controle, regulação das atividades de
importação, exportação, plantio, cultivo, colheita, produção, aquisição,
armazenamento, comercialização e distribuição da cannabis o seus
derivados”. O plano original previa uma produção em fazendas estatais e a
distribuição em quiosques controlados pelo Estado uruguaio.
CANNABIS QUAE SERA TAMEN - Mas,
o governo passou longos meses até elaborar um projeto de consenso
dentro da coalizão Frente Ampla, que indicavam para os mais afoitos que
haveria cannabis, mesmo quae sera tamen. Depois de um período
em stand by (no Brasil várias pessoas até pensavam que a maconha já
estava totalmente liberada no Uruguai), o assunto voltou à arena.
Nas últimas semanas as farmácias
pressionaram os parlamentares para ficar com a distribuição, alegando
que constituem os profissionais mais idôneos para realizar a tarefa. O
setor também admite que a comercialização da droga poderá salvar as
farmácias uruguaias da crise econômica que padecem.
Segundo um dos diretores da associação
que reúne as farmácias, Fernando Cabrera, as farmácias estão habilitadas
pelo Ministério da Saúde para vender e assessorar sobre o consumo de
drogas legais. Além disso, afirma, elas possuem os “mecanismos de
segurança e a logística necessária”Nas redes sociais uruguaias o presidente Mujica foi caracterizado com os dreadlocks do apologista da maconha, o falecido cantor jamaicano Bob Marley.
Fonte: Estadão.com.br
Por:Paulinho da Mídia.
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