quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Rua XV de Novembro em 1920. Foto Original: Carla Hernandez
Origens de Herval – Parte 5
Rubens Machado
Cópia da Carta ao Comandante do Rio Grande de São Pedro, Brigadeiro Rafael Pinto Bandeira, enviada pelo Vice-Rei do Rio da Prata, Nicolas de Arredondo, contestando a instalação da guarda portuguesa nos serros do Erval. Esta cópia, juntamente com outras correspondências trocadas por Pinto Bandeira com autoridades portuguesas e espanholas, a cerca da questão da fronteira, foi enviada por ele ao Secretário de Estado da Marinha e Ultramar, em Lisboa, Martinho de Melo e Castro, em 27.02.1792.
Na carta, Nicolas de Arredondo faz referência ao encontro ocorrido no mês de abril (1791) entre Pinto Bandeira e o 2º comandante do Resguardo do Rio da Prata, Manuel Cipriano de Melo, nos serros do Erval, local onde Pinto Bandeira estabeleceu a guarda poucos dias depois.
De fato, conforme correspondências examinadas (algumas já postadas aqui), nos dias 2 e 3 de abril de 1791, destacamentos militares espanhóis e portugueses, comandados respectivamente por D. Manuel e Pinto Bandeira, acamparam nos serros do Erval. Na oportunidade houve troca de correspondências entre os dois comandantes, sobre questões rotineiras de patrulhamento da fronteira e da faixa de terras em litígio.
Talvez, em razão de conferências pessoais entre os dois comandantes, Pinto Bandeira tenha desconfiado das intenções dos espanhóis. O certo é que pouco depois ele toma a decisão de estabelecer uma guarda no local, isto em fins do mês de abril, procedimento contestado pelo Vice Rei do Rio da Prata.

Carta do Vice-Rei do Rio da Prata para Rafael Pinto Bandeira, em 21 de julho de 1791
Hé llegado ã entender, que de poco tiempo â esta parte se hâ estabelecido  por ese govierno una guardia cerca del parage, em que  D. Manuel Cipriano de Melo comisionado por mi para reconocer, y celar los campos, conferenciô com V.S. em abril de este año, y pobladose das estancias en sus immediaciones transpaçando el Arroyo Piratini, que por las dos confrontaciones san manifiestas, com que lo señala el articulo 4º del Tratado se há pertendido por el comisario español de la demarcacion, que sirva de limite à los domínios de Portugal.
Com este motibo se me ha hecho ver por los planos de la misma Demarcacion y oficioz, conque se remetieron, que en tiempo de ella, y despues de celebrado el tratado se havian ido ploblando los subditos de ese Govierno nesta ??? de Arroyo Piratini.
No es mi intento entrar ahora em discusion sobre si este Arroyo debe, ô no servir de limite â los dominios de Portugal, pues este punto está yá competentemente ventilado, asi por los respectibos comisarios de ambas naciones, como por este superior govierno, y el del Janeiro; y su decision pende unicamente de las Cortes, pero tam pouco puedo mirar con indiferencia, ni consentir con mi silencio, que interin se reciben las resoluciones de Nuestros Augustos Soberanos se adelantem tales establecimientos, y aun el que se hay an formado em qualquier tiempo posterior al recibo del tratado quando las indicadas circunstancias del Piratini debieron precisamente dejar, à lo menos en duda, a los vasallos portuguezes de ser el Arroyo, de cuyo limite no pueden excederse segun lo estipulado por el citado articulo 4º.
Em esta atencion, parecen tales adelantamientos de posesiones nada conformes a la pronta disposicion, conque debem mantenerse unos, y otros vasalos de observar lo que huviesen convenido los Soberanos en el tratado, y lo que se sir viersen acordar en ordem à las disputas ocurridas sobre su inteligencia.
Por lo mismo, y bien satisfecho de la dedicacion de V.S. à cumplir las resolusiones S.S.M.M., me prometo, que hará evacuar, como formalmente se lo pido, asi la citada guardia, como los demas establecimientos, que hayan hecho sus subditos em los terrenos disputados, seguro deque mi intencion no há sido, ni será acuparlos aun quando lo considerase necesario para el buen efecto de las providencias, conque debo celar los que pertenecen sin contradiccion al distrito de mi mando.
Dios guarde a V.S.  Buenos Ayres, 21 de julio de 1791.
Nicolas de Arredondo          
Fonte: AHU-Projeto Resgate-CMD/UnB

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