Falta de repasses do Governo do Estado atinge o segundo hospital da região em menos de uma semana
Por: Marina Bonati
Uma reunião de emergência será realizada nesta quinta-feira (9), às 17h, na sede da Azonasul em Pelotas, com prefeitos, gestores de saúde, diretores de hospitais e deputados da região para discutir a crise do setor. Desta vez, a falta de repasses do governo do Estado atinge a Santa Casa de Caridade de Jaguarão.
Segunda-feira, não fosse um empréstimo de R$ 1,2 milhão, o Hospital de Caridade de Canguçu teria fechado atendimentos a pacientes do Sistema Ùnico de Saúde (SUS). Nesta quarta, a Santa Casa de Jaguarão anunciou que fechou 31 de seus leitos reservados ao SUS, o equivalente a 50% do total de vagas oferecidas à saúde pública. A unidade atende em média mensalmente de 80 a 90 pacientes que dependem do Sistema Único de Saúde.
De acordo com o secretário de Saúde do município, Celso Caetano, a falta de repasses à secretaria - R$ 1 milhão desde o segundo semestre do ano passado - afeta principalmente a casa de saúde, que deixou de receber, a partir de janeiro, os R$ 400 mil mensais estabelecidos em contrato.
As medidas foram tomadas não só por conta do débito, mas também pela falta de previsão para normalizar o caso. "Eles concordam que o hospital está certo em suas reivindicações, mas não estabelecem uma data de pagamento", ressaltou o secretário. A situação obriga a prefeitura a cobrir os valores não pagos pelo Estado. Uma das principais consequências do atraso é o aumento da dívida do hospital com os fornecedores e prestadores de serviços.
Salários
Os servidores também estão sendo atingidos.
A folha de salários do mês de junho - paga habitualmente até o quinto dia útil do mês seguinte - deixou de ser repassada para 40% da categoria por não haver mais recursos em caixa. Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) fazem parte dos serviços impactados.
Porém, a situação de Jaguarão não engloba apenas seus 27.931 habitantes, mas também a população vizinha - em Herval, Arroio Grande e Pedro Osório vivem mais de 30 mil habitantes, que costumam recorrer à Santa Casa. Referência em atendimentos como raios X, mamografia, realização de partos e demais serviços para o município e a região de abrangência, o corte de leitos pela metade poderá fazer com que os pacientes sejam encaminhados aos hospitais de Pelotas e Rio Grande. A coordenadora regional de Saúde, Kátia Hoffmann, ressalta que o Estado está sem dinheiro e isso é reflexo da crise no país. Mas não quis se pronunciar a respeito do caso jaguarense antes de analisar a decisão.
Postagem Paulinho da Mídia, o Javali do Herval
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