terça-feira, 14 de julho de 2015

Saúde da Zona Sul do Rio Grande do Sul, na UTI.


ACHAM QUE O CAOS EXISTE SÓ EM HERVAL? EM HERVAL É UM PARAÍSO PERTO DO QUE ACONTECE PELOS HOSPITAIS NA ZONA SUL, A SAÚDE SEMPRE FOI PROBLEMÁTICA NÃO SÓ NA ZONA SUL DO RIO GRANDE, COMO EM TODO O BRASIL, INDEPENDENTEMENTE DA SIGLA PARTIDÁRIA QUE ESTÁ ADMINISTRADO O MUNICÍPIO, O ESTADO OU A NAÇÃO, E NINGUÉM TEM UMA FORMULA MÁGICA PARA SOLUCIONAR UM PROBLEMA GRAVE E ANTIGO.


Hospitais e Secretarias de Saúde da região lutam para manter serviços, mesmo sem os repasses
Por: Daiane Santos



Por falta de verba, hospitais ameaçam parar atividades  (Foto: Paulo Rossi - DP)
Por falta de verba, hospitais ameaçam parar atividades (Foto: Paulo Rossi - DP)
A Secretaria de Saúde de Rio Grande garantiu a manutenção dos serviços à população até o fim desta semana, quando deve buscar a Justiça caso o governo estadual não normalize os repasses à cidade. No município os atrasos chegam a R$ 5 milhões e podem resultar na diminuição de leitos ainda em julho e encerramento das atividades no fim de agosto. Conforme levantamento feito pela Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), os atrasos nos repasses às secretarias de Saúde e hospitais da região ultrapassam os R$ 32,8 milhões. O valor representa quase metade da dívida total reconhecida pelo Estado, de R$ 70 milhões.
As principais carências à maioria dos 23 municípios estão nas áreas de traumatologia, urologia, oftalmologia, cardiologia, ortopedia e neurologia. Esse é o caso de Piratini, onde o déficit passa dos R$ 2,1 milhões. Só o Hospital de Caridade Nossa Senhora da Conceição aguarda o pagamento de R$ 1,5 milhão em recursos, enquanto a Secretaria de Saúde espera R$ 670 mil. "Esperamos receber algum dinheiro até o fim da semana, mas não sabemos o que vem pela frente", afirma o diretor-executivo da instituição, Laerto Farias. Segundo ele, o governo estadual prometeu repassar na próxima sexta-feira parte dos recursos federais destinados à produção dos hospitais.
Nesta quarta-feira (15) o Executivo gaúcho deve definir os percentuais para pagamento de parte dos incentivos devidos. "Estamos otimistas. Por enquanto todos os serviços à população serão mantidos, mas vamos ver como o Estado vai sinalizar", informa o secretário de Saúde de Piratini, Diego Espíndola. Apesar de algumas cidades resistirem à crise, outras não estão tendo tanta sorte. Em Jaguarão, o atraso superior a R$ 1,7 milhão levou ao fechamento de leitos, com previsão de encerramento de atividades no fim de julho. Em Canguçu, o prazo para solução efetiva do problema termina na próxima sexta-feira. Hoje, o Estado deve R$ 3 milhões à instituição, que promete fechar leitos destinados ao SUS caso não receba recursos.
Remédio

Para tentar reverter o grave cenário enfrentado pelos municípios da Zona Sul na saúde, o presidente da Azonasul e prefeito de Pelotas, Eduardo Leite (PSDB), deve entregar nesta quarta documento à Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) pedindo a intervenção do órgão junto ao governo do Estado. A ideia é agilizar o processo e garantir a liberação dos recursos à região, sem que os municípios precisem entrar com ações judiciais. Os 23 municípios associados planejam ainda possível mobilização - em parceria com casas de saúde -, com paralisação de atividades no dia 22 de julho.
Entenda

Há quatro meses o governo estadual decretou a redução dos recursos do orçamento de 2015, o que inclui corte no orçamento disponível para a saúde. Segundo a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, o corte resultou na redução das verbas programadas para a atenção básica em 2015, de R$ 370 milhões para R$ 282 milhões. Entre janeiro e junho deste ano deveriam ter sido pagos R$ 141 milhões ao setor, no entanto, apenas R$ 44 milhões foram repassados.
Nesse cenário, prefeituras, santas casas e hospitais filantrópicos - responsáveis por 75% dos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio Grande do Sul - são os mais atingidos. Em todo o Estado, instituições de 39 municípios precisaram limitar os atendimentos à população. A Famurs cobra uma conta de R$ 235 milhões referentes ao ano de 2015, além de R$ 132,6 milhões em procedimentos realizados em 2014, que ainda não foram pagos.

SAÚDE EM RISCO.

Confira o prazo dado por hospitais e prefeituras para encerrarem os serviços em saúde caso não recebam os repasses. Ao lado de cada cidade, o valor atual da dívida
Julho
Canguçu - R$ 4,6 milhões
Jaguarão - R$ 1,7 milhão
Pinheiro Machado - R$ 637 mil
Piratini - R$ 2,1 milhões
Agosto
Aceguá - R$ 422 mil
Arroio Grande - R$ 87
Herval R$ 758 mil
Rio Grande - R$ 5 milhões
Santana da Boa Vista - R$ 570 mil
Santa Vitória do Palmar - R$ 1,5 milhão
São Lourenço do Sul - R$ 4,4 milhões
Setembro
Pedro Osório - R$ 400 mil
Pretende manter
Morro Redondo - R$ 418 mil
Não informou
Arroio do Padre - R$ 123 mil
Candiota - R$ 500 mil
Capão do Leão - R$ 600 mil
Cerrito - R$ 200 mil
Chuí - R$ 1 milhão
Pelotas - R$ 6 milhões
São José do Norte - R$ 400 mil
Turuçu - R$ 500 mil
Congresso

Entre esta terça-feira e quinta-feira, secretários de Saúde vão participar do Congresso das Secretarias Municipais de Saúde 2015, promovido pelo Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS), em Porto Alegre. Durante o evento, os secretários devem discutir a dívida do Estado com a saúde municipal. Conforme a secretária de Saúde de Rio Grande, Vera Elisabeth da Silva, a ideia é encontrar caminhos para superar a crise e combinar a forma como as cidades irão atacar o problema. "Não só os hospitais, como os próprios municípios estão sofrendo com o atraso nos repasses. Precisamos de soluções e o congresso vai ajudar nisto."
Postagem:Paulinho da Mídia, o Javali do Herval

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