José Mujica "El Pepe"
Presidente do Uruguai
Presidente mais pobre do mundo
José Alberto
Mujica Cordano, conhecido popularmente como Pepe Mujica[2] (Montevidéu, 20 de maio de 1935),
é um agricultor e políticouruguaio, atual presidente da República Oriental do Uruguai eleito em 29 de novembro
de 2009[3][4].
Já foi deputado,
ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca e, durante a juventude, militou em
atividades de guerrilha, como membro do Movimento de
Libertação Nacional-Tupamaros[5].
Vida pessoal
Mujica é casado com a também ex-militante Lucía Topolansky,
sua companheira há quase 40 anos. Mujica recebe 12.500 dólares mensais por seu
trabalho à frente do país, mas doa 90% de seu salário para ONGs e pessoas
carentes. Seu carro é um fusca. Mora em sua pequena fazenda nos arredores de
Montevidéu e para ele o restante que sobra do seu salário (cerca de R$ 2.538,00
aproximadamente 970 €) é o suficiente para se manter.
“Este dinheiro me basta, e tem que bastar porque há outros
uruguaios que vivem com bem menos”, diz o presidente
Militância
Mujica teve importante papel no combate à ditadura
civil-militar no Uruguai (1973-1985). Na guerrilha, coparticipou de
assaltos, sequestros e do episódio conhecido como Tomada de Pando,
ocorrido em 8 de outubro de 1969,
quando os tupamaros tomaram a delegacia de
polícia, o quartel do corpo de
bombeiros, a central
telefônica e vários bancos da cidade de Pando, situada a 32 quilômetros de Montevidéu.[7][8] Mujica
passou 14 anos na prisão, de onde só saiu no final da ditadura, em 1985.[9]
Ele é, com certeza, um dos presidentes mais diferentes que você já viu. Além de doar quase todo o salário que recebe, ele não quis saber de morar no palácio e escolheu como residência oficial uma chácara bem simples. Saiba por que José Mujica nosso vizinho está sendo chamado de "o presidente mais pobre do mundo".
Poucos quilômetros fora da capital Montevidéu, já saindo do asfalto. Na curva, se avista um campo de acelga. Mais à frente, um carro da polícia e dois guardinhas: o único sinal de que alguém importante vive na região.
A porteira da chácara estava aberta para o Fantástico e uma cadela de três patas logo aparece.
O morador ilustre é José Alberto Mujica Cordano, conhecido como Pepe Mujica, presidente do Uruguai.
Perguntado sobre quem é esse Pepe Mujica, ele responde: “Um velho lutador social, da década de 50, pelo menos, com muitas derrotas nas costas, que queria consertar o mundo e que, com o passar dos anos, ficou mais humilde, e agora tenta consertar um pouquinho alguma coisa”.
Ainda jovem, Mujica se envolveu no MLN - Movimento de Libertação Nacional - e ajudou a organizar os tupamaros, grupo guerrilheiro que lutou contra a repressão.
Foi preso pela ditadura militar e torturado.
“Primeiro, eu ficava feliz se me davam um colchão. Depois, vivi muito tempo em uma salinha estreita, e aprendi a caminhar por ela de ponta a ponta”, lembra o presidente uruguaio.
Dos 13 anos de cadeia, Mujica passou algum tempo em um prédio no qual o antigo cárcere virou shopping. A área também abriga um hotel cinco estrelas. Ironia para um homem avesso ao consumo e ao luxo.
No bairro Prado, a paisagem é de casarões antigos, da velha aristocracia uruguaia. É onde está a residência Suarez y Reyes, destinada aos presidentes da República. Esse deveria ser o endereço de Pepe Mujica, mas ele nunca passou sequer uma noite no local. O palácio de arquitetura francesa, de 1908, só é usado em reuniões de trabalho.
Mujica tem horror ao cerimonial e aos privilégios do cargo. Acha que presidente não tem que ter mais que os outros. Recebe o equivalente a R$ 25 mil de salário. Ele doa quase tudo para instituições de caridade.
“A casinha de teto de zinco é suficiente”, diz ele. “Que tipo de intimidade eu teria em casa, com três ou quatro empregadas que andam por aí o tempo todo? Você acha que isso é vida?”, questiona Mujica.
Mujica já foi chamado de “presidente mais pobre do mundo” pela imprensa internacional. Além da propriedade, ele tem um fusca azul e um trator, que pega na base do jeitinho.
O presidente uruguaio conta que a cadela Manuela perdeu uma pata por acompanhá-lo no campo e está com ele há 18 anos.
Exímio tratorista, ele entra de ré em um galpão. O Fantástico pergunta se é mais fácil dirigir um trator do que a presidência.
“Sim, o problema não são as coisas, são as pessoas”, afirma Mujica.
O Fantástico também perguntou sobre os vizinhos. Se a relação com a Argentina sempre foi difícil ou se com a presidente Cristina Kirchner ficou pior. Ele se lembra de um conselho da colega brasileira, Dilma Rousseff: “Tem que ter paciência estratégica".
No caminho de volta, ele fala de temas mais difíceis, como a polêmica proposta de estatizar a produção e distribuição da maconha.
“O problema não é maconha, o problema é o narcotráfico. A gente está propondo um registro. Com esse registro, a gente vai poder monitorar o usuário”, explica o presidente.
Nascido em Montevidéu, de classe média baixa, órfão de pai aos 9 anos, Mujica não se vê pobre e cita o filósofo romano Sêneca: “Pobre não é aquele que tem pouco. Pobre é quem necessita muito e deseja mais e mais”.
O país de Mujica tem pouco mais de três milhões de habitantes, está espremido entre Argentina e Brasil. Já foi chamado de pequena Suíça
José Mujica "El Pepe"
Presidente do Uruguai
Presidente mais pobre do mundo
Presidente do Uruguai
Presidente mais pobre do mundo
Vida pessoal
Militância
Ele é, com certeza, um dos presidentes mais diferentes que você já viu. Além de doar quase todo o salário que recebe, ele não quis saber de morar no palácio e escolheu como residência oficial uma chácara bem simples. Saiba por que José Mujica nosso vizinho está sendo chamado de "o presidente mais pobre do mundo".
Poucos quilômetros fora da capital Montevidéu, já saindo do asfalto. Na curva, se avista um campo de acelga. Mais à frente, um carro da polícia e dois guardinhas: o único sinal de que alguém importante vive na região.
A porteira da chácara estava aberta para o Fantástico e uma cadela de três patas logo aparece.
O morador ilustre é José Alberto Mujica Cordano, conhecido como Pepe Mujica, presidente do Uruguai.
Perguntado sobre quem é esse Pepe Mujica, ele responde: “Um velho lutador social, da década de 50, pelo menos, com muitas derrotas nas costas, que queria consertar o mundo e que, com o passar dos anos, ficou mais humilde, e agora tenta consertar um pouquinho alguma coisa”.
Ainda jovem, Mujica se envolveu no MLN - Movimento de Libertação Nacional - e ajudou a organizar os tupamaros, grupo guerrilheiro que lutou contra a repressão.
Foi preso pela ditadura militar e torturado.
“Primeiro, eu ficava feliz se me davam um colchão. Depois, vivi muito tempo em uma salinha estreita, e aprendi a caminhar por ela de ponta a ponta”, lembra o presidente uruguaio.
Dos 13 anos de cadeia, Mujica passou algum tempo em um prédio no qual o antigo cárcere virou shopping. A área também abriga um hotel cinco estrelas. Ironia para um homem avesso ao consumo e ao luxo.
No bairro Prado, a paisagem é de casarões antigos, da velha aristocracia uruguaia. É onde está a residência Suarez y Reyes, destinada aos presidentes da República. Esse deveria ser o endereço de Pepe Mujica, mas ele nunca passou sequer uma noite no local. O palácio de arquitetura francesa, de 1908, só é usado em reuniões de trabalho.
Mujica tem horror ao cerimonial e aos privilégios do cargo. Acha que presidente não tem que ter mais que os outros. Recebe o equivalente a R$ 25 mil de salário. Ele doa quase tudo para instituições de caridade.
“A casinha de teto de zinco é suficiente”, diz ele. “Que tipo de intimidade eu teria em casa, com três ou quatro empregadas que andam por aí o tempo todo? Você acha que isso é vida?”, questiona Mujica.
Mujica já foi chamado de “presidente mais pobre do mundo” pela imprensa internacional. Além da propriedade, ele tem um fusca azul e um trator, que pega na base do jeitinho.
O presidente uruguaio conta que a cadela Manuela perdeu uma pata por acompanhá-lo no campo e está com ele há 18 anos.
Exímio tratorista, ele entra de ré em um galpão. O Fantástico pergunta se é mais fácil dirigir um trator do que a presidência.
“Sim, o problema não são as coisas, são as pessoas”, afirma Mujica.
O Fantástico também perguntou sobre os vizinhos. Se a relação com a Argentina sempre foi difícil ou se com a presidente Cristina Kirchner ficou pior. Ele se lembra de um conselho da colega brasileira, Dilma Rousseff: “Tem que ter paciência estratégica".
No caminho de volta, ele fala de temas mais difíceis, como a polêmica proposta de estatizar a produção e distribuição da maconha.
“O problema não é maconha, o problema é o narcotráfico. A gente está propondo um registro. Com esse registro, a gente vai poder monitorar o usuário”, explica o presidente.
Nascido em Montevidéu, de classe média baixa, órfão de pai aos 9 anos, Mujica não se vê pobre e cita o filósofo romano Sêneca: “Pobre não é aquele que tem pouco. Pobre é quem necessita muito e deseja mais e mais”.
O país de Mujica tem pouco mais de três milhões de habitantes, está espremido entre Argentina e Brasil. Já foi chamado de pequena Suíça