De acordo com os dados do IBGE, Jaguarão tem 27,9 mil habitantes. Mas isso porque os recenseadores não passaram pelo município durante o Carnaval. Se a contagem fosse feita nestes últimos dias, pode ter certeza, esse número iria dobrar. Não é exagero, é impressionante mesmo a quantidade de pessoas migrando para a fronteira atrás da folia. Todos afim de festa e da animação dos trios elétricos. Este ano foram 17, os maiores com até dois mil integrantes. É verdade que nenhum deles possui a megaestrutura dos tradicionais shows do nordeste brasileiro. Também não há pirotecnia, badalação, camarotes recheados de celebridades e artistas consagrados. Mas empolgação tem de sobra, e na "Salvador do Sul", onde baiano fala "tchê", a Ivete Sangalo nem faz falta. O pessoal se contenta com as bandas locais ou mesmo com o som mecânico, tocando pagode, axé, pop e música dance na marcha do samba. Nessa batida, a cada caminhão passando pelo centro da cidade fica um rastro de foliões agitados e devidamente uniformizados. Pelo menos na primeira volta. Porque no meio da noite os abadás começam a se misturar uns com os outros e com a galera avulsa da pipoca. No fim, todos se fundem numa grande e democrática multidão. A essa altura os roteiros dos trios elétricos já se perderam pelas esquinas, mas a festa continua no mesmo ritmo, e só termina quando amanhece o dia. "O pessoal só quer curtir o Carnaval. Aqui não tem abuso e as brigas são muito raras", diz um dos organizadores do trio Marajás do Trago, Leandro Santos. De fato, o ambiente é bem tranquilo quanto à violência. De sexta-feira até esta quarta a polícia até registrou um aumento no número médio de ocorrências, mas praticamente nada de grave aconteceu. Além da civilidade dos foliões, a sensação de segurança também fica reforçada pela presença da Brigada Militar (BM) nas ruas de maior movimento. Houve, inclusive, um incremento de quase 100% no efetivo para o Carnaval, passando de 40 para 70 policiais no patrulhamento. Mas nem tudo no quesito infraestrutura mereceu a nota dez. Os banheiros químicos, por exemplo, ficaram escassos para tanta gente. Com os hotéis lotados desde setembro, faltou lugar para acomodar os turistas e algumas alternativas para hospedagem começaram a se supervalorizar. Tinha casa sendo alugada por até R$ 5 mil apenas para os quatro dias de festa. No camping a diária saltou para R$ 30,00 por pessoa. Além do mais, alguns comerciantes ainda não entraram no ritmo da festa e, mesmo com milhares de novos clientes circulando na cidade, havia padarias e supermercados fazendo feriadão. Por um lado, isso é até compreensível, já que o sucesso é recente, "o estouro foi no ano passado", lembra Leandro, e nem todos já se acostumaram. De qualquer maneira, é melhor começar a se preparar para a próxima folia porque Jaguarão parece ter entrado de vez no calendário do Carnaval da região e, se seguir nesse pique, ano que vem o Censo pode apontar mais foliões do que moradores.
Fonte: http://difusora1580.com.br/site/detalhe-noticia&id=1007
baaaita carnaval!
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