Zona Sul atrai agricultores da Metade Norte | ||
LUCIARA SCHNEID
luciara@correiodopovo.com.br Os municípios de Arroio Grande, Herval, Jaguarão e Pedro Osório, localizados na Zona Sul do Estado, têm boa oferta de áreas à venda para a agricultura, de 12 a 2 mil hectares, e a preços atrativos. Há três anos, essa situação provoca a migração de produtores de soja e de trigo do Norte do Estado para a região, especialmente para Arroio Grande. Na Metade Norte, onde praticamente não há grandes propriedades nem terras cultiváveis à disposição, os preços são até quatro vezes mais altos do que os cobrados na Zona Sul. As maiores responsáveis pelo aquecimento do mercado de imóveis rurais na região foram as florestadoras, há três anos, como ressalta o sócio-proprietário da Imobiliária Laçador, Fernando das Neves, de Arroio Grande. 'Surpreendentemente, o temor de desaquecimento do mercado imobiliário, com a retirada dessas empresas da região, não se concretizou. A euforia com o plantio do trigo e expansão das áreas de soja compensou os negócios', diz. O eixo preferencial de atuação da imobiliária que se especializou na compra e venda de imóveis rurais está situado entre os municípios de Arroio Grande, Herval, Jaguarão e Pedro Osório. 'Nesta região, a oferta de imóveis varia de 12 até 2 mil hectares', aponta Neves. Segundo ele, os compradores são agricultores de base familiar que não têm mais como crescer em seus locais de origem. Eles vendem a terra, que vale pelo menos quatro vezes mais, e compram área maior. O empresário cita como exemplo dois clientes: um que vendeu 26 hectares em seu município de origem e comprou 120 hectares na região e outro que vendeu oito hectares e conseguiu comprar 36 hectares. O preço do hectare na Zona Sul fica entre R$ 4 mil e R$ 5 mil para áreas de soja. Na região Norte, áreas similares são vendidas ao preço de R$ 20 mil a R$ 30 mil o hectare. Atualmente, é grande o número de famílias que adotaram essa região para morar e desenvolver a atividade agrícola, destinada, principalmente, à soja, no verão, e ao trigo, no inverno. São produtores, esposas e filhos vindos de municípios como Tapera, Mormaço, Ibirubá, Esmeralda, Lagoa Vermelha, Santa Bárbara, Ijuí, Cruz Alta e Selbach. Esse fato vem mudando o perfil cultural arroio-grandense, que tem suas atividades voltadas especialmente ao binômio plantio de arroz–pecuária. O cereal é cultivado nos meses de verão e, no inverno, as terras são ocupadas por pastagens e bovinos. Com o tempo, os agricultores comprovaram que os resultados, tanto na soja quanto no trigo, eram iguais ou até mesmo superiores aos obtidos em sua região de origem, seja em relação ao critério de qualidade ou ao de produtividade. Há quatro anos, o produtor Fredolino Paulus encontrou a terra dos seus sonhos em propriedade localizada no quilômetro 4 da RS 602, entre Arroio Grande e Herval. Oriundo do município de Tapera, ele trouxe a mulher e os dois filhos, Luís Eduardo e Carlos Henrique, que trabalham com o produtor no cultivo de trigo e soja. 'Além do custo da terra ser alto, praticamente não existe arrendamento na minha região e não há como expandir a atividade ou aumentar a área', assinala. Nesta safra, foram cultivados 150 hectares de trigo e entre 280 e 300 hectares estão reservados à soja na propriedade da família Paulus. |
Fonte: correio do povo.
Postado: Paulinho da Mídia.
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